domingo, 1 de janeiro de 2017


Universidades por Encomenda

 

                            Em seu livro As Profissões do Futuro, São Paulo, Publifolha, 2000, p. 32, o autor Gilson Schwartz diz: “São comuns declarações de executivos de empresas reclamando da escassez de profissionais especializadas. Há uma percepção bastante ampla de que as universidades e os cursos técnicos ainda não formam os profissionais de que o mercado precisa”, colorido meu.

                            Tempos depois de ter anotado o título vi no GNT uma entrevista com uma professora de São Paulo na qual ele dizia de universidades por encomenda, mas voltadas para as empresas, dentro ou fora delas, como já são feitas no Japão há algum tempo, enquanto penso em algo mais amplo, universidades gerais para formação de pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e de quadros dos ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo). Por exemplo, para as 6,5 mil profissões. Podemos construí-las para determinadas áreas do Conhecimento geral (universidades mágicas/artísticas, universidades teológicas/religiosas, universidades filosóficas/ideológicas, universidades científicas/técnicas e universidades matemáticas, exclusivamente).

                            Podemos voltá-las para áreas do conhecimento, como a Psicologia, digamos universidades viradas para a economia, outras para a sociologia, cada conjunto de disciplinas destas. Criar universidades por encomenda para tratar de subseções do conhecimento humano, cada vez mais vasto. Por quê devemos ter sempre as universidades como as vemos agora e aqui? Se dizem que os produtos serão fabricados fora de série, por encomenda, por quê não universidades? Claro, elas são muito mais caras, incomparavelmente, mas de qualquer modo qualquer fração da humanidade comporta mais dinheiro ou recursos do que é necessário para qualquer construção. Com uma produção mundial de 30 a 40 trilhões de dólares por ano, um milésimo será sempre 30 a 40 bilhões de dólares, podendo-se construir mil universidades, e um milionésimo 30 a 40 milhões de dólares, bastante para uma universidade. Juntando gente do mundo inteiro qualquer universidade especial poderá ser constituída. Havendo propaganda suficiente, havendo uma iniciativa permanente, cuja propaganda a espalhe pelo mundo inteiro, todos saberão e irão àquela universidade, que poderá ensinar numa língua franca, agora o inglês. Seu sucesso a multiplicará. Centenas e até milhares de temas poderão ser abordados.

                            Vitória, sábado, 12 de outubro de 2002.

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