Contando de quando
ganhei os primeiros junto livros há 35 anos, fora os que dei e os que foram
roubados, os remanescentes montam uns seis a sete mil, mais revistas, jornais e
o resto, a um tremendo custo monetário relativo, muito sofrimento e outras
despesas de percurso, como carregá-los feito cruz em inúmeras mudanças.
Só muito tardiamente
fui perceber que nas casas reais, tanto quanto nas dos filmes, não vemos
livros, o que mostra inacreditável desprezo geral pelo conhecimento, talvez em
razão do que ficou apontado no artigo deste Livro 22, Bibliotecas Inaproveitadas. Por mais que tal afirmação deixe
pasmadas as pessoas que lêem, os seres humanos geralmente não vêem proveito na
leitura. Para a quase totalidade ler é apenas aborrecimento, tomando parte
daqueles 2/3 de tempo que nos é concedido, descontadas as horas de sono.
O que é que está
falhando?
Por quê essa
pedagogia, esse conhecimento geral e em especial da pontescada tecnocientífica,
enquanto psicologia, não é competente para a transmissão das fitas de heranças?
O que é que nos livros não funciona? O que nos outros meios (TV, Revista,
Jornal, Rádio e Internet) é melhor e poderia ser imitado? Por quê o Livro
congelou, enquanto conceito, depois de ter obtido tanto sucesso universal, a
ponto de a leitura ser agora forçada? Por quê a leitura é agora detestada por
crianças e adultos? O que ela perdeu como potencial e como isso pode ser
recuperado? Quais as razões de os livros serem agora objeto de desejo só quase
que de excêntricos e malucos? Fora as raras exceções os livros estão decaindo
terrivelmente como preferência de quase todos e quase cada um.
Em algum ponto houve
uma falha clamorosa.
Vitória, domingo, 26
de janeiro de 2003.
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