sexta-feira, 3 de março de 2017


Uma Coréia

 

                            COMPARAÇÃO PRIMÁRIA

CORÉIA DO
PIB (US$ BILHÕES)
ÁREA MILHARES KM2)
POPULAÇÃO (MILHÕES)
PERCAPITA (US$)
NORTE
Menos de 25
120,5
22,4
Menos de 800
SUL
Mais de 407
99,2
47,1
Mais de 8000

                            Até aí fica parecendo o processo de reunião das duas Alemanhas, a Federal e a Democrática, aquela rica, esta pobre. Não é, porque nenhuma das duas Alemanhas tinha arsenal atômico e mísseis que os transportem. A Coréia do Norte tem.

                            Juntando a tecnociência nuclear do Norte com a eficiência do Sul teremos uma potência mais que média muito temível. Certamente a Coréia do Norte está jogando pela aproximação, mas a Coréia do Sul muito mais, porque se inserirá numa região em que pertencem ao clube nuclear a Rússia (que vai até o extremo Oriente) e a China, e a Índia e o Paquistão, um pouco mais distante.

                            A Alemanha, a Itália e o Japão estão proibidos de ser rearmarem, principalmente de artefatos, dependendo dos outros para defesa própria neste setor.

                            As Coréias não estão proibidas.

                            Como no caso das Alemanha, a rica financiará a pobre numa festa de reirmanização, é claro, uma alegria, mas por trás disso estará a dupla equiparação: 1) a igualização do Norte ao Sul em tecnociências e em produção percapita; 2) a igualização do Sul ao Norte em poderio nuclear. Depois disso ambas dispararão num e noutro caminho, como uma só, superproduzindo tanto armas nucleares quanto tecnociências de ponta, as capacidades de uma suprindo a outra. Tremenda fertilização.

                            Eis aí uma coisa realmente a temer. Não é como os dois Vietnans, não é como as duas Alemanhas, é uma coisa nova, porque, principalmente para o Japão, significará uma população de 70 milhões, 55 % da sua, COM TECNOCIÊNCIA NUCLEAR, que lhe está vedada. O Japão não ficará quieto, haverá uma escalada; se o Japão chegar às armas nucleares a China aumentará seu programa, daí a Índia e o Paquistão, e a Rússia.

                            Não é um cenário bonito.

                            Vitória, quinta-feira, 17 de julho de 2003.

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