Meus Limites
Quais são os nossos
limites de ser, de ter e de estar?
Por exemplo, o que
devo considerar meus limites ao escrever? Tudo se baseia onde o camarada está
postado no Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia,
Ciência/Técnica e Matemática), em que se sente competente para falar, de quanta
audácia tem, de quanto medo do ridículo, de sua formação escolar (primeiro e
segundo graus, universitário, mestrado, doutorado, pós-doutorado), das suas
leituras, da qualidade da civilização (de seus avanços permissivos ou
proibitivos: Escravismo, Feudalismo, Capitalismo, Socialismo, Comunismo,
Anarquismo), de suas necessidades inexplicáveis de falar, de sua realimentação
social (se publica, ou não), de seu empenho pelo coletivo, de suas crenças na
dignidade – depende de muitas coisas.
Se a pessoa está
empenhada através de um curso universitário em “ser responsável”, isto é,
obediente do transe social das crenças conjuntas neste ou naquele mito, nesta
ou naquela verdade transitória, terá muito cuidado de não ofender a comunidade
de opiniões (que se vestem de respeitáveis senhoras-verdades, mas por baixo
estão putas sem calcinhas). Se não está dentro da comunidade universitária, ou
da comunidade tecnocientífica, ou outra qualquer, não deve obediência aos pares
(desencontrados, mas fingindo uma harmonia de aparência) e assim pode aspirar a
maior liberdade de manifestação, de desocultamento. Se a pessoa acredita ter
como missão zerar as ofensas sofridas através de contra-ofensas proporcionais
devolvidas ao coletivo, isso significará que lançará reptos, desafios,
provocações, e assim por diante.
Enfim, o que limita
a alma humana?
Se pudermos ver os
avanços do coletivo como uma área plana - que destoa desigualmente do círculo
porque na borda não há avanço regular -, em quanto o indivíduo projeta-se fora
desse plano? Em quanto ROMPE OS LIMITES, as desautorizações, as contenções, o
receio coletivo de que as novidades machuquem?
Quanto essa audácia
é auspiciosa e quanto é ruim?
Vitória, segunda-feira,
27 de outubro de 2003.
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