Mecanismo Oculto
Como e por quê o mecanismo
de percepção funciona?
Nós sabemos que se
fizermos um ESFORÇO DE PENSAR, se nos detivermos num problema nós o mais das
vezes o solucionaremos, conforme nossa competência. Evidentemente a maior parte
da gente não consegue chegar à maior parte das soluções ou de outro modo o
mundo estaria repleto delas, e não está; donde concluímos que encontrar
soluções não é exatamente fácil, depende de algumas condições, já discutidas
parcialmente nos textos deste Livro 47 que falam de percepção.
Na realidade a
percepção é tão obscura que não sabemos não só o POR QUÊ, que é explicação
final (em vários níveis: final no nível um, etc.) do mecanismo real, como não
sabemos sequer o COMO, a descrição dos condutos por onde passam os efeitos.
A
COMPOSIÇÃO DA PERCEPÇÃO
(segue a Psicologia: figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses,
produtos ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou
geo-histórias: quem, por quê, com quê, como e quandonde?)
·
Quem
percebe? (Psicanálise da percepção)
·
Por
quê percebe? (Psico-síntese da percepção)
·
Com
que percebe? (Economia da percepção)
·
Como
percebe? (Sociologia da percepção)
·
Quando
e onde percebe? (Geo-história da percepção)
Quer dizer, há uma ALMA ou humanidade
ou racionalidade que percebe, porisso devemos nos perguntar QUEM PERCEBE?
AS
PESSOAS QUE PERCEBEM
1.
Indivíduos;
2.
Famílias;
3.
Grupos;
4.
Empresas.
OS
AMBIENTES QUANDONDE PERCEBEM
(eles são legalmente condicionados, isto é, são definidos pelas leis e
costumes)
a) Municípios/cidades;
b) Estados;
c) Nações;
d) Mundos.
Empresas, grupos, famílias e
indivíduos fazem ESCOLHAS DE PERCEPÇÃO ou de exclusão: elas excluem
seletivamente, escolhem o que vão ou não vão perceber. Famílias diferentes,
diversas percepções, escolhas do que ver e do que desconsiderar. Não se percebe
do mesmo modo em Minas Gerais e no Espírito Santo, em Linhares e em Vitória.
Depois, na Chave do Labor operários,
intelectuais, financistas, militares e burocratas não vêem do mesmo modo,
porque não escolhem do mesmo modo o que ver segregando a partir de seus valores
ou preferências, que são preferências de percepção. Há seletividade e às vezes
enorme seletividade: ser cristão quer dizer desconsiderar os outros modos de
ver e vice-versa. Os cismáticos não vêm os desejos da oposição. Cada um dos
cinco cegos só vê do elefante sua preferência compreensiva. E assim por diante,
segundo as chaves e bandeiras do modelo.
Isso é parte do POR QUÊ, os objetivos
do perceber, mas não é todo ele. Não percebemos os mecanismos internos do
perceber. Mesmo chegando ao patamar compreensivo do mundo, com a globalização,
depois de dez mil anos de pesquisa & desenvolvimento teórico & prático
civilizatório ainda não somos capazes de explicar como o cérebro funciona para
montar ou gerar os autoprogramas da mente. Como é que os neurônios se
autocomandam, com ou sem 100 mil portas em cada um, com mais ou menos que
quatro bilhões deles, para compor os PROGRAMAS DE PERCEPÇÃO, conforme aquelas
variações parcialmente apontadas? Como os neurônios se organizam para produzir
de duas imagens uma terceira inexistente antes? Como é que de paredes e
adesivos pensamos em adesivos-em-paredes? Como é que vemos que isso pode ajudar
na decoração a compor enormes cenários coloridos nas casas? O fato é que já
visualizamos os adesivos pregados, até mesmo os cenários que estariam neles,
mas não sabemos explicar como isso se dá. Pensamos em adesivos, adesivos
grandes como grandes áreas úteis, isso com desenhos de plantas e animais ou
outros cenários, os adesivos sendo colocados nas paredes, os arranjos que podem
ser feitos com isso, os colocadores, os efeitos possíveis, as variações dentro
de casa, tudo isso unicamente a partir da junção de duas palavrimagens.
Mas o mundo tem 6,3 bilhões de
indivíduos, alguns bem novos e não-formados, mas metade pelo menos estando
completamente pronta a perceber; não obstante, durante dez mil anos não se
pensou nisso (devemos descontar o tempo em que não existiam paredes ou não
havia adesivos), porém ainda sobra bastante tempo recente em que ambos estão
disponíveis em cerca de 200 países. Por quê uma pessoa, dedicando-se a pensar
com afinco pode produzir essas novas percepções e todos os demais, não?
Naturalmente os vários níveis de COMO se
percebe acabam por levar à totalidade, que é o POR QUÊ, o objetivo de todas as
percepções, como a explicação de por quê o Sol emite luz: imaginou-se que era
uma enorme quantidade de matéria queimando, um como, um por quê provisório, até
se chegar à concepção de ser uma fornalha atômica, outro por quê transitório,
pois ninguém ainda disse como se formam os átomos.
Se pudéssemos explicar esses POR QUÊ
mentais poderíamos replicá-los em máquinas e programas artificiais, de modo a
termos as novas-consciências, os novos-seres, a terceira natureza
verdadeiramente informacional/cibernética. Se soubéssemos como os neurônios
funcionam, em níveis cada vez mais profundos, poderíamos recriar o mecanismo e
até aprimorá-lo, como temos feito com quase todas as coisas das naturezas
precedentes.
Mas, por enquanto, essa totalidade nos
escapa.
Vitória, sexta-feira, 24 de outubro de
2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário