quarta-feira, 29 de março de 2017


Mecanismo Oculto

 

                            Como e por quê o mecanismo de percepção funciona?

                            Nós sabemos que se fizermos um ESFORÇO DE PENSAR, se nos detivermos num problema nós o mais das vezes o solucionaremos, conforme nossa competência. Evidentemente a maior parte da gente não consegue chegar à maior parte das soluções ou de outro modo o mundo estaria repleto delas, e não está; donde concluímos que encontrar soluções não é exatamente fácil, depende de algumas condições, já discutidas parcialmente nos textos deste Livro 47 que falam de percepção.

                            Na realidade a percepção é tão obscura que não sabemos não só o POR QUÊ, que é explicação final (em vários níveis: final no nível um, etc.) do mecanismo real, como não sabemos sequer o COMO, a descrição dos condutos por onde passam os efeitos.

A COMPOSIÇÃO DA PERCEPÇÃO (segue a Psicologia: figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produtos ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias: quem, por quê, com quê, como e quandonde?)

·       Quem percebe? (Psicanálise da percepção)

·       Por quê percebe? (Psico-síntese da percepção)

·       Com que percebe? (Economia da percepção)

·       Como percebe? (Sociologia da percepção)

·       Quando e onde percebe? (Geo-história da percepção)

Quer dizer, há uma ALMA ou humanidade ou racionalidade que percebe, porisso devemos nos perguntar QUEM PERCEBE?

AS PESSOAS QUE PERCEBEM

1.         Indivíduos;

2.         Famílias;

3.        Grupos;

4.        Empresas.

OS AMBIENTES          QUANDONDE PERCEBEM (eles são legalmente condicionados, isto é, são definidos pelas leis e costumes)

a)      Municípios/cidades;

b)     Estados;

c)      Nações;

d)     Mundos.

Empresas, grupos, famílias e indivíduos fazem ESCOLHAS DE PERCEPÇÃO ou de exclusão: elas excluem seletivamente, escolhem o que vão ou não vão perceber. Famílias diferentes, diversas percepções, escolhas do que ver e do que desconsiderar. Não se percebe do mesmo modo em Minas Gerais e no Espírito Santo, em Linhares e em Vitória.

Depois, na Chave do Labor operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas não vêem do mesmo modo, porque não escolhem do mesmo modo o que ver segregando a partir de seus valores ou preferências, que são preferências de percepção. Há seletividade e às vezes enorme seletividade: ser cristão quer dizer desconsiderar os outros modos de ver e vice-versa. Os cismáticos não vêm os desejos da oposição. Cada um dos cinco cegos só vê do elefante sua preferência compreensiva. E assim por diante, segundo as chaves e bandeiras do modelo.

Isso é parte do POR QUÊ, os objetivos do perceber, mas não é todo ele. Não percebemos os mecanismos internos do perceber. Mesmo chegando ao patamar compreensivo do mundo, com a globalização, depois de dez mil anos de pesquisa & desenvolvimento teórico & prático civilizatório ainda não somos capazes de explicar como o cérebro funciona para montar ou gerar os autoprogramas da mente. Como é que os neurônios se autocomandam, com ou sem 100 mil portas em cada um, com mais ou menos que quatro bilhões deles, para compor os PROGRAMAS DE PERCEPÇÃO, conforme aquelas variações parcialmente apontadas? Como os neurônios se organizam para produzir de duas imagens uma terceira inexistente antes? Como é que de paredes e adesivos pensamos em adesivos-em-paredes? Como é que vemos que isso pode ajudar na decoração a compor enormes cenários coloridos nas casas? O fato é que já visualizamos os adesivos pregados, até mesmo os cenários que estariam neles, mas não sabemos explicar como isso se dá. Pensamos em adesivos, adesivos grandes como grandes áreas úteis, isso com desenhos de plantas e animais ou outros cenários, os adesivos sendo colocados nas paredes, os arranjos que podem ser feitos com isso, os colocadores, os efeitos possíveis, as variações dentro de casa, tudo isso unicamente a partir da junção de duas palavrimagens.

Mas o mundo tem 6,3 bilhões de indivíduos, alguns bem novos e não-formados, mas metade pelo menos estando completamente pronta a perceber; não obstante, durante dez mil anos não se pensou nisso (devemos descontar o tempo em que não existiam paredes ou não havia adesivos), porém ainda sobra bastante tempo recente em que ambos estão disponíveis em cerca de 200 países. Por quê uma pessoa, dedicando-se a pensar com afinco pode produzir essas novas percepções e todos os demais, não?

Naturalmente os vários níveis de COMO se percebe acabam por levar à totalidade, que é o POR QUÊ, o objetivo de todas as percepções, como a explicação de por quê o Sol emite luz: imaginou-se que era uma enorme quantidade de matéria queimando, um como, um por quê provisório, até se chegar à concepção de ser uma fornalha atômica, outro por quê transitório, pois ninguém ainda disse como se formam os átomos.

Se pudéssemos explicar esses POR QUÊ mentais poderíamos replicá-los em máquinas e programas artificiais, de modo a termos as novas-consciências, os novos-seres, a terceira natureza verdadeiramente informacional/cibernética. Se soubéssemos como os neurônios funcionam, em níveis cada vez mais profundos, poderíamos recriar o mecanismo e até aprimorá-lo, como temos feito com quase todas as coisas das naturezas precedentes.

Mas, por enquanto, essa totalidade nos escapa.

Vitória, sexta-feira, 24 de outubro de 2003.

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