Pensamuito
Juntando coisas que
pensei mais as notícias do canal de TV:
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FESTA VISUAL: quando vemos uma exposição (não tive
chance de ver de perto, só através do filtro da TV) uma exposição de material
antigo, não deparamos com as anotações de margem: 1) dois anos para promover a
escavação inicial do ictiossauro; 2) seis meses para transportar as partes; 3)
um ano e meio para escavar só um lado da cabeça – e assim por diante. De modo
que, quando a exposição é aberta como uma festa para os olhos (e a inteligência,
claro), poucos pensam na trabalheira que deu antes de ficar pronto, nem os
profissionais fazem questão de mostrar, porque se sentiriam envergonhados. Mas
será sempre útil que os frequentadores saibam, para valorizarem.
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RETRATOS DOS PALEONTÓLOGOS: quando os objetos do passado são
mostrados o que estamos vendo mesmo são os paleontólogos estampados,
retratados, porque tudo ali foi imensa tarefa – seu zelo, seus cuidados, a
preparação, o minucioso trabalho de esculpir a verdade sem violentá-la com
desejos, etc.
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DESTINADOS Á EXTINÇÃO: os que tem vida boa, que não
resolvem problemas, estão fatalmente destinados à extinção, a sucumbirem,
porque os que estão sendo pressionados E resolvem os problemas (os que não
aprendem a fazê-lo morrerão também) serão elevados a novos patamares de
reevolução.
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A TRILHA DOS PROBLEMAS: de modo que nos que estão vivos
podemos ver uma trilha de problemas resolvidos, estando de um lado os
esqueletos dos que foram superbeneficiados e dos outros dos que se recusaram a
resolver os problemas. Seguindo os problemas podemos traçar a geo-história
humana e o espaçotempo planetário, antes e depois da vida inicial, porque A
VIDA É O RETRATO DOS PROBLEMAS QUE ELA ENFRENTOU E RESOLVEU.
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O QUE É GRANDE? Às vezes os próprios paleontólogos
se esquecem, ao dizer que algo é grande ou pequeno, da questão da escala, o que
os geólogos sempre lembram ao colocar o martelinho como padrão. Como saber quão
grande era um ictiossauro se não temos nada de humano próximo dele (inclusive o
metro)?
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ONÍVOROS: se omnívoros significam os que comem
de tudo, desde fungos e plantas até animais e antropóides (no caso humano até
outros humanos), então é de se pensar que a tese de os seres humanos terem sido
carnívoros carniceiros, vivendo de corpos putrefatos deixados por outros
caçadores, deve ser equivocada, o que até o fato de sentirmos repugnância por
carne podre indica. Se não temos carne fresca podemos comer de tudo, de ovos de
descuidados ausentes até frutos, tubérculos, grãos, folhas, insetos, vermes, de
tudo mesmo, mas sempre vivo.
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PRAGA SÁBIA: vendo de fora, os seres humanos
somos bem destrutivos, e é de pensar como as outras espécies resistiram de fato
tanto tempo - na realidade bem pouco, se lembrarmos que os 50 mil anos dos
sapiens sapiens constituem uma fração relativamente insignificante dos 3,8
bilhões de anos da Vida geral. Somos uma praga de rápida proliferação, mesmo.
Pensar
é que nem coçar, é só começar.
Vitória, quinta-feira, 30 de outubro
de 2003.
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