A Mulher do 68º Andar
Gente que não
raciocina direito é um problema sério.
Estava vendo um
programa do Discovery em que o apresentador dava como exemplo de desconhecidos
se ajudaram o fato de que certa mulher do 68º andar de uma das duas Torres
Gêmeas do agora desabado (desde 11 de setembro de 2001, como sabemos) World
Trade Center (WTC, Centro Mundial de Comércio) em Nova Iorque ter sido levada
pelas escadas de 68 andares por dois camaradas que iam passando e a viram
ameaçada, por estar em cadeira de rodas. Ela disse que eles não a conheciam,
mas mesmo assim procuraram ajudar.
Bem, o modelo
permite analisar melhor essa situação. Vemos as PESSOAS como indivíduos,
famílias, grupos e empresas e os AMBIENTES como municípios/cidades, estados,
nações e mundo. Ainda que não a conhecessem como indivíduo, família e grupo,
sua empresa se situava no mesmo prédio, ela estava na mesma cidade (Nova
Iorque) e município que eles, mesmo estado (Nova Iorque), mesma nação (EUA) e
mesmo mundo (Terra). Então, não é verdade que ela não era conhecida. É preciso
dizer DE QUE MODO e ATÉ QUANTO era desconhecida, pois o modelo não é apenas
qualitativo, ele é quantitativo também.
Os dois partilhavam
com ela a mesma humanidade, a mesma nacionalidade, a convivência estadual, a estadia
municipal/urbana e suas empresas estavam próximas. É claro que não havia outras
ligações, no nível de convivência de grupo do mesmo bairro, de família dentro
da mesma casa, de marido e esposa que vivem no mesmo quarto ou de amigos que se
freqüentam, mas mesmo assim não era total o desconhecimento.
Assim, deveremos
falar, neste caso, de 5/8 de conhecimento e 3/8 de desconhecimento, ao passo em
que haverá gente (por exemplo, pais e filhos morando na mesma residência) com
8/8 de conhecimento, que é mais excelente ainda.
Vitória,
quinta-feira, 30 de outubro de 2003.
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