O Escritor Americano
Entendendo agora que
existem cinco mundos (primeiro a quinto) o Conhecimento (Magia/Arte,
Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) se
espalha desigualmente a eles. Digamos que sejam potências de dois, 20
= 1 para o quinto e 24 = 16 para o primeiro, de modo que neste podem
dispor de muito mais. Por exemplo, estimei que a renda do Espírito Santo,
estado do Brasil, país do terceiro mundo, pode ser de 1/1.600 do mundo, ao
passo que a da Califórnia, estado dos EUA, país de primeiro mundo, pode ser de
1/40 do planeta, aquele estado significado 40 vezes potencialmente o nosso.
Os EUA como um todo,
representando 25 % do PIB mundial, significarão uma em cada quatro notícias e
acontecimentos do mundo, em termos de qualidade, para apenas 290 em 6.300
milhões de pessoas, uns 4,5 % da população planetária, com 25/5 = 5/1 do PIB
percapita, ao passo que há países no outro lado do espectro.
Assim, quando se
trate de recolher notícias da pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2,
Psicologia/p.3, Informática/p.5, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6), em particular
da Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções
ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias), em
especial da Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços
ou bancos), haverá para os escritores americanos mais notícias por unidade de
tempo, o segundo. Na geologia, na paleontologia, na arqueologia, na
antropologia, em tudo mais, mais notícias. Claro que, como diz a propaganda dos
propagandistas, NADA SUBSTITUI O TALENTO e se não houver talentos que extraiam
o ouro dos veios nada se manifestará, mas pelo menos está sendo oferecido mais.
Ser escritor em
países do primeiro mundo ainda depende do talento e de muito esforço, de
qualidade e de quantidade, de inspiração e de transpiração, mas pelo menos os
recursos estão em toda parte, por comparação com alguém do quinto mundo, onde
quase tudo falta, inclusive público. O Brasil, a meio caminho do quinto dos
infernos (se as elites não se aprumarem), não é exatamente o quinto mundo, mas
como terceiro tem lá suas fragilidades. É claro que para os grandes não há
realmente desculpas, pois quando a pessoa quer mesmo ela cava fundo, mas para a
grande massa é significativo.
Vitória,
quarta-feira, 29 de outubro de 2003.
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