quinta-feira, 30 de março de 2017


O Escritor Americano

 

                            Entendendo agora que existem cinco mundos (primeiro a quinto) o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) se espalha desigualmente a eles. Digamos que sejam potências de dois, 20 = 1 para o quinto e 24 = 16 para o primeiro, de modo que neste podem dispor de muito mais. Por exemplo, estimei que a renda do Espírito Santo, estado do Brasil, país do terceiro mundo, pode ser de 1/1.600 do mundo, ao passo que a da Califórnia, estado dos EUA, país de primeiro mundo, pode ser de 1/40 do planeta, aquele estado significado 40 vezes potencialmente o nosso.

                            Os EUA como um todo, representando 25 % do PIB mundial, significarão uma em cada quatro notícias e acontecimentos do mundo, em termos de qualidade, para apenas 290 em 6.300 milhões de pessoas, uns 4,5 % da população planetária, com 25/5 = 5/1 do PIB percapita, ao passo que há países no outro lado do espectro.

                            Assim, quando se trate de recolher notícias da pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.5, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6), em particular da Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias), em especial da Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços ou bancos), haverá para os escritores americanos mais notícias por unidade de tempo, o segundo. Na geologia, na paleontologia, na arqueologia, na antropologia, em tudo mais, mais notícias. Claro que, como diz a propaganda dos propagandistas, NADA SUBSTITUI O TALENTO e se não houver talentos que extraiam o ouro dos veios nada se manifestará, mas pelo menos está sendo oferecido mais.

                            Ser escritor em países do primeiro mundo ainda depende do talento e de muito esforço, de qualidade e de quantidade, de inspiração e de transpiração, mas pelo menos os recursos estão em toda parte, por comparação com alguém do quinto mundo, onde quase tudo falta, inclusive público. O Brasil, a meio caminho do quinto dos infernos (se as elites não se aprumarem), não é exatamente o quinto mundo, mas como terceiro tem lá suas fragilidades. É claro que para os grandes não há realmente desculpas, pois quando a pessoa quer mesmo ela cava fundo, mas para a grande massa é significativo.
                            Vitória, quarta-feira, 29 de outubro de 2003.

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