quinta-feira, 30 de março de 2017


Algo Novo

 

                            No filme Adeus Mr. Chipps, que vi pelas metades e passou no Hallmark, sem que eu pudesse ter acesso a resenha, a atriz que faz o papel de madame Chipping diz, para falar da gravidez que o marido desconhece: “você vai se tornar algo novo”, e é isso mesmo que nos tornamos nos filhos e nas filhas (e em todas as coisas que inventamos e fazemos, pois mesmo numa coisa copiada há a novidade da reprodução, mas a coisa é mais aguda nos filhos: estamos nos tornando corpomentes novos, de cada vez soma HOMEM + MULHER 50/50).

                            Não é maravilhoso que os autores possam fazer tais anúncios fantásticos? Acho deslumbrante, uma alegria para a alma.

                            Eu havia lido o livro há um pouco menos de 40 anos, numa dessas resenhas de Seleções do Readers Digest (Seleções de Leituras Condensadas, soube agora do dicionário Dic Michaelis digital), mas não me lembrava da passagem.

                            Seria interessante se alguém (na realidade um grupo-tarefa encomendado pelos governempresas) fizesse uma leitura de todos os livros e poesias em busca dessas fascinantes leituras novas do mundo. Por exemplo, de eu dizer que inventamos os filhos e as filhas, devemos separar em duas partes: a) invenção dos corpos, 2) invenção das mentes. O corpo só cresce até os 21 anos, fora as orelhas, que aumentam até a velhice e a morte, mas a mente cresce o tempo todo, de modo que somos duplamente responsáveis. Há esses saltos compreensivos, que devemos aproveitar ao máximo.

                            Esse livro seria algo novo e a novidade financia não apenas a felicidade humana como o futuro, desde quando alimenta a mente e a impulsiona em busca de mais novidades e satisfações associadas ao novo.

                            Vitória, sábado, 01 de novembro de 2003 (um ano do assassinato do meu irmão mais velho: Ary José Gava, que hoje faria 60 anos – ele não teve tempo de envelhecer e a culpa é do mundo).

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