quinta-feira, 30 de março de 2017


Os 2,5 % da Guerra

 

                            O modelo separa a Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas como sendo 100 % distribuídos como (2,5 + 47,5 + 47,5 + 2,5) %.

                            Na página 138 do Almanaque Abril 2002 (São Paulo, Abril Cultural) há a chamada “pirâmide das idades”, que coloca a população de 15 a 17, que teria de servir nas forças armadas aos 18 anos, como sendo de 10,4 milhões, dos quais em tese teríamos um pouco mais de 50 % de mulheres e um pouco menos de homens, portanto, cerca de 5,2 milhões de umas e de outros. O modelo diz que 2,5 % ou 1/40 desse contingente aderirá espontaneamente às FA, ou seja, iria se inscrever de qualquer jeito. Como temos 15, 16 e 17 anos na faixa, três partes, se dividirmos igualmente, supondo média, teremos 5,2/3 = 1,7 milhão de homens e isso x 0,025 ou 2,5 % nos daria apenas 43 mil soldados. Mesmo juntando as mulheres teríamos apenas 86 mil, se o regime deixar de ser de alistamento forçado ou obrigatório para espontâneo ou oferecido.

A POPULAÇÃO EM ARMAS NO BRASIL (AA/2002 Mundo, p. 180, efetivos militares) - 2001

FORÇA
EFETIVO (milhares)
PERCENTUAL DO TOTAL
Exército
197,1
61
Marinha
61,0
19
Aeronáutica
65,0
20
TOTAL
323,1
100

Os 86 mil (no máximo, incluindo mulheres) que se ofereceriam, custasse o que custasse, não chegariam a 27 % do necessário e seriam apenas uns 13 % se considerássemos apenas os homens, que são a grande maioria, por enquanto.

Acontece que 50 % se oferecerão, embora para os lados do meio com cada vez maior resistência, mas aceitar os 47,5 % do lado da espontaneidade - que tem resistência parcial, mas que o convencimento sentimental e racional podem atrair - é melhor que pegar os 50 % que são resistentes de fato e que estarão lá com relutância ou repugnância franca, e mais extremadamente ainda aqueles 2,5 % que são avessos totalmente, do lado da paz.

Assim, os 2,5 % ou 1/40 são aqueles que farão guerra até quando não houver necessidade dela, havendo os 47,5 % que são tendentes, somando 50,0 % que são a favor. Esses constituirão 10,4 milhões na faixa de três anos, ou seja, como podemos calcular, 3,5 milhões por ano e daí com 17 anos, metade homens e metade mulheres, que agora constituiriam todo ano 10 vezes o contingente necessário, o que permite ampla seleção. Vão os que amam a guerra e as FA e não os que amam a paz e odeiam as FA.  E que se faça um levantamento, através do mundo, para ver se onde passaram de alistamento obrigatório para facultativo houve redução ou ampliação do número de ofertas. Aposto que cresceu, porque só irão para lá os que foram preparados pela Natureza para tal. Irão acabar os conflitos e os sargentos pouca resistência encontrarão, porque os espíritos já estarão preparados.

Só metade da população (povo e elites) estará interessada em guerra e os militares precisam entender isso. Tentar levar a metade que resiste não é bom para o moral das tropas ou duplas.

                            Aqueles 2,5 %, 43 mil homens e 43 mil mulheres SÃO OS LÍDERES, que pelo sentimento ou razão irão comandar os demais. Sem abrir o alistamento livre, facultativo, eles não se apresentarão, ou raramente os chefes militares saberão quem eles são, porque o entusiasmo só virá com a espontaneidade, dissolvendo-se no meio do ruído da obrigatoriedade e suas reclamações. Assim, o alistamento livre é apenas o meio de atrair esses 2,5 % de guerreiros arrojados.
                            Vitória, terça-feira, 04 de novembro de 2003.

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