Megaengenharia
O canal pago Discovery (vale bem o título:
Descoberta) tem passado às quartas de noite o programa Megaconstruções, que por si só significa um novo índice
civilizatório.
É que a audácia
humana se tornou grande, muito maior do que vinha sendo. Os índices maiores da
Antiguidade foram as Sete Maravilhas do
Mundo, que a Idade Média substituiu pelas grandes catedrais e outras
construções, a Moderna pelos grandes castelos e demais imensas obras e a
Contemporânea ultrapassou com seus próprios sonhos corporificados.
Agora a Idade
Pós-Contemporânea, que fixei como tendo nascido em 1991, com a Queda da URSS,
promete ir ainda mais longe com as megaconstruções, indicadoras da nascente
megaengenharia: grande engenharia civil, grande engenharia mecânica, grande
engenharia elétrica, etc.
É um apontador de
civilização porque pressupõe uma altura própria nova, uma audácia tremenda, uma
tendência temerária de ultrapassamento das antigas convicções para elevar-se a
novos patamares de poder e força perante não apenas a ultrapassada primeira
natureza biológica/p.2 como principalmente a em ultrapassamento segunda
natureza psicológica/p.3 - diz que tipo de avanços a humanidade está disposta a
promover.
O Empire State e as
Torres Gêmeas do WTC, World Trade Center (Centro Mundial de Comércio) foram
índices em sua época, ainda que logo ultrapassados por outras construções
maiores. Veja que hólon é o conceito de Koestler composto dos gregos HOLO,
todo, e ON, parte, partodo ou todoparte, como chamo no modelo. Pois o Empire
State, que era todo, agora é parte, é uma porção de construções muito maiores.
Prédios do tamanho dele constituirão segmentos de outros imensamente maiores, o
que indica inequivocamente as novas alturas a que pretende chegar a humanidade,
ultrapassando as nações para ser de fato mundo, planeta globalizado, o que
exige essas novas construções como anúncio geral. Depois deveremos sair do ovo
cósmico que é a Terra, com construções ainda maiores.
É viver para ver.
Por enquanto estamos
diante desse fenômeno novo, sobre o qual os geo-historiadores, os filósofos e
os pesquisadores em geral não raciocinaram.
Vitória, sábado, 25
de outubro de 2003.
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