quarta-feira, 29 de março de 2017


Megaengenharia

 

                            O canal pago Discovery (vale bem o título: Descoberta) tem passado às quartas de noite o programa Megaconstruções, que por si só significa um novo índice civilizatório.

                            É que a audácia humana se tornou grande, muito maior do que vinha sendo. Os índices maiores da Antiguidade foram as Sete Maravilhas do Mundo, que a Idade Média substituiu pelas grandes catedrais e outras construções, a Moderna pelos grandes castelos e demais imensas obras e a Contemporânea ultrapassou com seus próprios sonhos corporificados.

                            Agora a Idade Pós-Contemporânea, que fixei como tendo nascido em 1991, com a Queda da URSS, promete ir ainda mais longe com as megaconstruções, indicadoras da nascente megaengenharia: grande engenharia civil, grande engenharia mecânica, grande engenharia elétrica, etc.

                            É um apontador de civilização porque pressupõe uma altura própria nova, uma audácia tremenda, uma tendência temerária de ultrapassamento das antigas convicções para elevar-se a novos patamares de poder e força perante não apenas a ultrapassada primeira natureza biológica/p.2 como principalmente a em ultrapassamento segunda natureza psicológica/p.3 - diz que tipo de avanços a humanidade está disposta a promover.

                            O Empire State e as Torres Gêmeas do WTC, World Trade Center (Centro Mundial de Comércio) foram índices em sua época, ainda que logo ultrapassados por outras construções maiores. Veja que hólon é o conceito de Koestler composto dos gregos HOLO, todo, e ON, parte, partodo ou todoparte, como chamo no modelo. Pois o Empire State, que era todo, agora é parte, é uma porção de construções muito maiores. Prédios do tamanho dele constituirão segmentos de outros imensamente maiores, o que indica inequivocamente as novas alturas a que pretende chegar a humanidade, ultrapassando as nações para ser de fato mundo, planeta globalizado, o que exige essas novas construções como anúncio geral. Depois deveremos sair do ovo cósmico que é a Terra, com construções ainda maiores.

                            É viver para ver.

                            Por enquanto estamos diante desse fenômeno novo, sobre o qual os geo-historiadores, os filósofos e os pesquisadores em geral não raciocinaram.

                            Vitória, sábado, 25 de outubro de 2003.

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