Os Olhos de Deus
Quando olhamos as
coisas o que vemos depende de como os nossos olhos tenham sido estruturados,
isto é, de quão longe foi a Natureza em sua construção como receptor dos
possíveis; e lá para dentro, em nossos cérebros, onde estão os volumes dos
interpretadores internos, e em nossas mentes, onde estão os geradores de
autoprogramas, GAP, em particular o da visão, é que interpretamos os elementos
brutos da visão, os ordenamos segundo as nossas experiências.
Ora, Deus é, segundo
as definições, aonde a Natureza chegou mais longe, dando o salto infinito para a
Tela Final, onde aquele Um que é o Absoluto, o Centro inquestionável da esfera
em volta do qual tudo mais roda e é relativo, se coloca em percepção total. Por
definição o Um é onipotente, onisciente, onividente, todo-poderoso, etc., de
modo que vê em extrema perfeição inultrapassável.
Assim, quando os
olhos de Deus vêem fazem-no em completa perfeição de visão, explorando a
totalidade dos objetos e dos entes, desde os exteriores sucessivos todos até os
interiores sucessivos todos. Então, Deus vê em extrema beleza toda a Beleza e
em extrema feiúra toda a antibeleza. Quando olhamos um cenário de plantas e
animais em harmonia vemos uma parte da harmonia, não ela toda. SE NÓS JÁ VEMOS
BELEZA, imagine Deus.
Até naquilo que
acreditamos feio Deus vê beleza.
Isso não facilita o
nosso olhar? Não dá mais apuro a tudo que é visto? Não nos aconselha a olhar
com mais atenção?
Vitória,
quinta-feira, 23 de outubro de 2003.
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