quarta-feira, 29 de março de 2017


Os Olhos de Deus

 

                            Quando olhamos as coisas o que vemos depende de como os nossos olhos tenham sido estruturados, isto é, de quão longe foi a Natureza em sua construção como receptor dos possíveis; e lá para dentro, em nossos cérebros, onde estão os volumes dos interpretadores internos, e em nossas mentes, onde estão os geradores de autoprogramas, GAP, em particular o da visão, é que interpretamos os elementos brutos da visão, os ordenamos segundo as nossas experiências.

                            Ora, Deus é, segundo as definições, aonde a Natureza chegou mais longe, dando o salto infinito para a Tela Final, onde aquele Um que é o Absoluto, o Centro inquestionável da esfera em volta do qual tudo mais roda e é relativo, se coloca em percepção total. Por definição o Um é onipotente, onisciente, onividente, todo-poderoso, etc., de modo que vê em extrema perfeição inultrapassável.

                            Assim, quando os olhos de Deus vêem fazem-no em completa perfeição de visão, explorando a totalidade dos objetos e dos entes, desde os exteriores sucessivos todos até os interiores sucessivos todos. Então, Deus vê em extrema beleza toda a Beleza e em extrema feiúra toda a antibeleza. Quando olhamos um cenário de plantas e animais em harmonia vemos uma parte da harmonia, não ela toda. SE NÓS JÁ VEMOS BELEZA, imagine Deus.

                            Até naquilo que acreditamos feio Deus vê beleza.

                            Isso não facilita o nosso olhar? Não dá mais apuro a tudo que é visto? Não nos aconselha a olhar com mais atenção?

                            Vitória, quinta-feira, 23 de outubro de 2003.

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