quinta-feira, 30 de março de 2017


O Amor Subtraído na URSS

 

                            Quanto mais raciocino mais me convenço de que o amor é a chave (é cognato na Rede Cognata, veja Livro 2, Rede e Grade Signalíticas – amor = CHAVE = SOL = HOMEM = PRIMEIRO = PRISIONEIRO, etc.) das construções, quer dizer, sobre ser ele o ligativo ou conectivo ou unitivo dos elementares todos é condição de melhor percebermos e fazermos, através da solução de problemas ganhando mais alto, largo e profundo acesso ao futuro, na luta pela sobrevivência apta diante dos perdedores, que são os que odeiam.

                            Assim sendo, se a URSS sucumbiu em 1991 (Queda da URSS, inaugurando a Idade Pós-Contemporânea), se a França tropeçou em 1789 (Queda da Bastilha, surgimento da Idade Contemporânea), se Constantinopla rebentou-se em 1453 (Queda de Constantinopla, início da Idade Moderna), se Roma esborrachou-se em 476 (Queda do Ocidente, começo da Idade Média) foi porque faltou sempre amor e as construções se separaram em seus tijolos, desmembraram-se seus hólons (idéia de Koestler: de HOLO, todo, e ON, parte – partodo ou todoparte, como digo no modelo), rompeu-se o cimento e as válvulas K partiram-se, deixando voltar ao nível anterior de acumulação para, de certo modo, começar de novo – AQUELA CONSTRUÇÃO NÃO PRESTOU.

                            Contudo, se Marx tinha tão bons propósitos, por quê falhou?

                            Falhou - eu creio - porque Marx (Karl, judeu prussiano, 1818 a 1883) começou pelo lado do ódio, porque começou odiando as burguesias. Não que as burguesias não sejam odiáveis e de modo algum não que Marx estivesse errado em detestá-las, por tudo que elas fizeram de horrível e deplorável até o tempo dele e depois dele, desde o meio de sua vida (em 1850), nesses mais de 150 anos acumulando terrores incontáveis, a começar dos estimados US$ 30 trilhões de dólares gastos em guerras no século XX, com mais de 100 milhões de perdas em vidas, um patrimônio perdido inimaginável de gente e saberes. É que seria preciso amar, apenas amar, e através do amor construir, como fez Cristo, sabendo que o amor tudo reconstruiria de perfeito. Odiando, Marx justificou o ódio alheio e fez prosperar interminavelmente as guerras.

                            Do mesmo modo na agora ex-URSS, onde os burocratas, odiando os estrangeiros em vez de amar o seu povelite/nação ou cultura, quiseram travar-lhes guerras infinitamente, militarizando-se continuamente e esgotando-se no processo. Apesar de tudo venceram os que amaram mais, os EUA e seus aliados.

                            Os amores soviéticos são do mesmo tamanho de suas vitórias e seus ódios da mesma dimensão de suas derrotas. Seria interessante retratar a geo-história e de um modo geral as psicologias das pessoambientes (das PESSOAS: dos indivíduos, das famílias, dos grupos e das empresas; dos AMBIENTES: dos municípios/cidades, estados, nações e mundo) por esse prisma do amor e da alegria. Só de olhar para as obras de Curitiba, Paraná, Brasil, diante do fato de ter sido ela elegida pela ONU uma das duas capitais culturais das Américas do ano 2003 (a Cidade do Panamá é a outra, creio) isso já demonstra, pelo brilho da cidade e a alegria de seu povelite, que há por lá um amor vencedor que a torna invencível, por enquanto e enquanto durar.

                            Do outro lado, a derrubada daquelas civilizações, sua recondução à situação de sociedade que deve achar um centro ou projeto civilizatório ou de alteamento, nos assegura que houve alí ódio que não soube achar futuro ou porta.
                            Vitória, sábado, 01 de novembro de 2003.

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