sexta-feira, 3 de março de 2017


Um País Engrampado

 

                            Como uma carroça de roça, uma junta de bois em que as rodas são arrastadas (imagem a que chegamos Gabriel e eu) em vez de rolarem, assim é o nosso sentimento sobre o Brasil. É como se o país tivesse uma carga pesada demais, além das suas potências, acho que coisas excessivas colocadas pela burguesia, peso demais para o povo, tudo se arrasta, em vez de ir andando macio e delicado.

                            Tudo é moroso, tanto da parte dos governos quanto das empresas, embora estas menos demoradas que aqueles, exatamente porque aqueles fornecem a estas seus poucos lubrificantes provindos dos tributos recolhidos exclusivamente ao povo. Em lugar de beneficiar a população que têm menos, dela ainda são recolhidos 58 tributos (pois tudo é descarregado pelas elites nos preços), que só fazem aumentar. Como já disse há bastante tempo, nascer no Brasil é difícil, é torturante demais, ao passo que nascer nas nações de primeiro mundo atualmente é fácil (já foi difícil, eles tiveram suas lutas tremendas, no passado).

                            No Brasil tudo engastalha, tudo trava, tudo fica embaraçado, preso mesmo por grampos, nada é simples como nos outros países. Acho até que a Academia deveria fazer um levantamento comparado, item por item, sobre como são os procedimentos fora e dentro do Brasil. Para criar empresas, para criar organizações, para estudar, para pesquisar, para patentear, para tudo mesmo.

                            Para colocar uma empresa é uma luta, para mantê-la mais ainda. Para os trabalhadores prosseguirem com suas vidas é ainda mais difícil, não há respeito, as empresas e os governos atrapalham com decisão e firmeza.

                            Enfim, viver aqui não é fácil.

                            Vitória, quarta-feira, 16 de julho de 2003.

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