quinta-feira, 30 de março de 2017


A Tradução da Europa

 

                            Dos canais que chegam ao nosso TV:

·       O canal 27 é o DW, alemão;

·       O canal 34 é o NHK, japonês;

·       O canal 35 é a RAI, italiano;

·       O canal 43 é a CNN, em inglês;

·       O canal 44 é a CNN em espanhol;

·       O canal 54 é o TV5, francês.

Nenhum deles é traduzido, de modo que perdemos acesso às informações sobre a Alemanha, o Japão, a Itália, o mundo hispano-americano e a França, ficando restritos apenas àquilo que vem dos EUA, através dos enlatados.

Tudo que vem da Europa não é traduzido, por culpa dos daqui ou dos de lá, que poderiam favorecer as alternativas, de modo que podemos pensar que não nos amam, aos latinamericanos. Ficamos sem informações de lá e caímos no círculo americano de afirmação e negação, do qual não nos deixam sair. Se fôssemos pensar apenas nos cinco continentes, deveríamos ter canais das Américas, da Europa, da África, da Ásia e da Oceania, e até do Oriente Médio, como especialização – todos devidamente traduzidos ao português.

Qual a razão de não conseguirmos vazar essa dependência?

Talvez alguém não queira, talvez não tenhamos feito força para sair dela, por exemplo, pegando nos satélites canais dessas regiões e traduzindo-os com uma equipe de técnicos. Se não é vendável pelas empresas, que os governos ofereçam. O que não podemos é continuar aprisionados a algumas redes informativas, mormente se o Brasil deseja ser de primeiro mundo. Quem é que, pretendendo a independência real, deixa os outros determinarem sua grade de programação de TV?

Vitória, quinta-feira, 30 de outubro de 2003.

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