A Tradução da Europa
Dos canais que
chegam ao nosso TV:
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canal 27 é o DW, alemão;
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O
canal 34 é o NHK, japonês;
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canal 35 é a RAI, italiano;
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canal 43 é a CNN, em inglês;
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canal 44 é a CNN em espanhol;
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O
canal 54 é o TV5, francês.
Nenhum deles é traduzido, de modo que
perdemos acesso às informações sobre a Alemanha, o Japão, a Itália, o mundo
hispano-americano e a França, ficando restritos apenas àquilo que vem dos EUA,
através dos enlatados.
Tudo que vem da Europa não é
traduzido, por culpa dos daqui ou dos de lá, que poderiam favorecer as
alternativas, de modo que podemos pensar que não nos amam, aos latinamericanos.
Ficamos sem informações de lá e caímos no círculo americano de afirmação e
negação, do qual não nos deixam sair. Se fôssemos pensar apenas nos cinco
continentes, deveríamos ter canais das Américas, da Europa, da África, da Ásia
e da Oceania, e até do Oriente Médio, como especialização – todos devidamente
traduzidos ao português.
Qual a razão de não conseguirmos vazar
essa dependência?
Talvez alguém não queira, talvez não
tenhamos feito força para sair dela, por exemplo, pegando nos satélites canais
dessas regiões e traduzindo-os com uma equipe de técnicos. Se não é vendável
pelas empresas, que os governos ofereçam. O que não podemos é continuar
aprisionados a algumas redes informativas, mormente se o Brasil deseja ser de
primeiro mundo. Quem é que, pretendendo a independência real, deixa os outros
determinarem sua grade de programação de TV?
Vitória, quinta-feira, 30 de outubro
de 2003.
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