De Santo a Deus
Com o título de “Argentinos loucos por Maradona” o
jornal A Gazeta publicou em 31 de
outubro de 2003, sexta-feira, notícia sobre os fanatismos dos chamados
“portenhos” que fundaram a Igreja Maradona para, dizem, homenagear o ex-jogador
da seleção Argentina, na data que marca o início do ano 43 DD (depois de Diego
– Maradona). Dela fazem parte mais de 20 mil pessoas dos lugares mais
distantes, como Islândia e Vietnam. Dizem-se cristãos e católicos. Afirmaram
“Temos um Deus da Razão, que é Cristo, e um Deus do Coração, que é Diego”.
Usando a Rede
Cognata (veja Livro 2, artigo Rede e
Grade Signalíticas), podemos fazer algumas leituras. Da frase: TEMOS UM
DEUS DO MAL, QUE É CRISTO, E UM DEUS DA CRIAÇÃO, QUE É DIABO. Igreja Maradona =
TUDO ESTRANHO, o que parece bem adequado. Nunca acreditei em fim do mundo, mas
acho agora que os dias chegaram – é inevitável que a gente sinta um clima de
derrota (= DIEGO) nisso tudo. Creio que com essas iniciativas a espécie humana
está sendo derrotada, porque o demônio se apoderou de quase todos e as pessoas
nem sentem, porque esses parecem levar na brincadeira, mas estão fazendo a
sério. Tratam a deidade como se fosse um bolinho de arroz, qualquer coisa
trivial, corriqueira. Não existe mais respeito algum, é tudo uma bandalheira
só.
Onde iremos parar
com a aceleração das inconveniências?
Quando você olha em
volta vê cada vez mais despautérios, despropósitos, disparates, doideiras do
mais intenso grau que passam por tolices orquestradas. Deboche em músicas,
palavrões que não são mais desabafos, tornaram-se totalmente gratuitos,
pronunciados para ferir como no funk americano. E olhe que eu não sou sequer
religioso, mas fico incomodado como as coisas estão sendo levadas, porque sei
também da dialética que haverá retorno no ciclo – os religiosos fatalmente
cobrarão com grande violência esse prejuízo moral. E isso significa mais sangue
e dor e atraso no projeto de libertação da humanidade, justamente desse demônio
que insinua essas coisas maliciosas.
Vitória, domingo, 02
de novembro de 2003.
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