Respeito aos Garis
Já vimos que só
aquelas coletividades que se dêem o direito e o dever de resolver problemas
cada vez maiores podem pleitear e alcançar futuros cada vez melhores, pois é
dos problemas que podem advir (ou não) as soluções.
Vimos também que só
os conjuntos (DE PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos e empresas; DE
AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações e mundo) que se dilatam, por
exemplo, através da cristianização, que é um dos modos de se preocupar com mais
gente, podem amealhar a quantidade de problemas que as faz sobressair das
demais, ultrapassando-as, como o Ocidente fez com o Oriente, como o Norte tem
feito com o Sul, etc.
Onde os serviços são
caros, onde o trabalho é bem remunerado, onde todo requisito de participação
alheia é pago, onde, digamos, os serviços dos garis custam caro máquinas são
desenvolvidas, o que implica em pesquisa teórica & desenvolvimento prático
de programáquinas, programas e máquinas, e de processobjetos, processos e
objetos que são exportados aos demais ambientes e rendem proeminência do
coletivo e riquezas de grande arrastamento socioeconômico.
Onde o serviço dos
garis custa, como no Brasil, apenas um salário mínimo de 240 reais por mês,
coisa de 80 dólares, não faz muito sentido desenvolver os programáquinas, que
custariam imensamente mais, e talvez não fossem comprados pelas comunidades sob
o falso pretexto da extensividade do trabalho, quer dizer, do emprego de muita
gente, da massividade da quantidade, em vez de especificidade penetrante da qualidade.
Aqui falta respeito a eles, de modo que eles saem varrendo ruas quilométricas
(pense no conselho de Cristo, de não fazer aos outros o que não queremos que
nos façam: você varreria dois ou três quilômetros de ruas por dia?),
dia-após-dia, carregando sacos de plástico, quando máquinas aspiradoras fariam
o mesmo trabalho em um quarto ou menos do tempo e sem qualquer cansaço
significativo. E por não necessitar a burguesia brasileira de tais máquinas
elas não são pesquisadas & desenvolvidas, não geram empregos, não empregam
cientistas e técnicos, não constituem motivo de desenvolvimento nacional.
Burguesias que não respeitam os outros não respeitam a si mesmas.
Vitória,
quinta-feira, 30 de outubro de 2003.
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