Ensino por Contraste
O modelo mostrou
algumas coisas, por exemplo, que há uma razão (que eu não conheço ainda) de as
pessoas não lembrarem mais que cinco números, um centro e quatro do quadrado de
base da pirâmide, e de perceberem as coisas por contraste ou oposição.
Nós não vemos
seqüências de números, digamos os da venda no Espírito Santo dos jornais A Gazeta e A Tribuna, quem vende quanto, pois tudo é muito dinâmico e existem
milhares de informações a preservar. Devemos pensar em DOIS MÓDULOS INFORMATIVOS
(e de controle ou comunicação): 1) quantitativo ou suficiente, mínimo de
vivência; 2) qualitativo ou necessário, isto é, objeto de desejo, supérfluo
para quem não pode ter. O peso é um critério nitidamente quantitativo, de modo
que interessa ao povo, enquanto a beleza é visivelmente qualitativa e aclamada
pelas elites.
A propaganda de A Tribuna, que ultrapassa em vendas A Gazeta, era a respeito dos números
que têm cinco dígitos, tipo 55.217 e 38.420, e isso sete dias por semana, o que
dava 7 x 2 = 14 números, cada um de cinco dígitos, daí 14 x 5 = 70 números a
guardar. Agora a propaganda ficou mais esperta e fala de QUANTO A Tribuna ultrapassa A Gazeta em cada dia, mas ainda coloca
cinco dígitos. Isso não interessa! Devemos reduzir 55.217 a dois ou três
dígitos e 38.420 a três ou dois, somando cinco, no máximo, assim: 55 mil de A Tribuna e 38 mil de A Gazeta – no que AT ultrapassaria AG
em 17 mil. Agora temos 55, 38 e 17, seis dígitos, e se 17, apenas 2, daí 7 dias
por semana x 2 dígitos = 14 dígitos, que podem ser reduzidos pela soma semanal
a apenas dois, destacáveis.
Eles querem vender
jornais, que vendem propagandas, de onde vem o dinheiro; ou classificados, que
dependem do número de jornais vendidos, o que dá o presumido número de leitores
(x 4, eu acho; se a venda é de 55 mil devem existir uns 220 mil leitores).
Então devem anunciar QUANTOS LEITORES a mais serão atingidos por dia – todos os
de AG MAIS tantos (se 17 a mais, 17 x 4 = 68 mil leitores A MAIS naquele dia) e
só isso. O povo não tem tempo de guardar números e as elites só estão
interessadas nos critérios qualitativos, entre os quais EFICÁCIA DE VENDAS,
razão pela qual continuam a anunciar em AG.
Porque, diz o
modelo, as pessoas aprendem por contraste e só guardam dados contrastados (razão
pela qual quero criar um novo tipo de ensinaprendizado, conforme proposta
registrada em cartório e enviada à Rede
Globo). Esse ENSINO POR CONTRASTE, EC, contempla os destaques, as coisas
que sobressaem das demais, havendo razão para guardar esses dados no
competitivo mercado da memória, onde existe pouco espaço para tanto coisa que o
mundo produz em volta de nós. Dentre todos os zilhões de dados diários quais
serão guardados? Só os destacados ou contrastados, que dão valor de
sobrevivência na luta por aptidão ou futuro.
Quem é que deixa
descendência?
Os que contrastam.
Quem tem tempo para os que são iguaizinhos? Esses constituem apenas a terra
estercada onde é plantada a eficiência contrastante ou destacada. Essa cresce e
se expande. Você se lembra dos professores bonzinhos e apagadinhos? Não, só dos
que berravam ou eram ruins como carne de cobra, exigentes a não mais poder, que
se destacavam.
Do mesmo modo na
propaganda.
Quais as propagandas
que marcaram a gente? Foram aquelas que fizeram apelos novos, modos de apresentar
que nunca tínhamos visto, coisas que chocavam pela novidade, até o susto.
É porisso que a
propaganda de AT (tanto a de antes quanto a de agora) não emplaca: ela não
segue as regras do contraste e os conselhos de mínimo do modelo.
Vitória, terça-feira,
04 de novembro de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário