quinta-feira, 30 de março de 2017


Manual da Terra

 

                            Antigamente havia no Brasil o Almanaque – ele se originou lá para trás, na Revolução Francesa -, que era uma referência para a gente do interior, trazendo o calendário, instruções sobre plantio e outras, e porisso se tornou uma leitura obrigatória.

                            O mundo mudou, tornou-se mais complexo e ele se perdeu, ficou parado no tempo, deixou de ser interessante.

                            Agora deveria ser uma espécie de caderno, talvez mensal, talvez bimestral, mas com as modificações aconselhadas pelo modelo. Em primeiro lugar, abrindo-se para o povo em vermelho e para as elites em azul, dando informações sobre as exigências governamentais (tributos, leis, tudo que interesse à terra) e as empresas coligadas ao solo (plantio de eucalipto, adubos, mudas clonais, pesquisa genômica, etc.), sobre relações com os trabalhadores (para os patrões) e com o patronato (para os operários), sobre Psicologia (figuras, objetivos, produções, organizações, geo-história da terra) geral, sobre chances de produção (oportunidades agropecuárias/extrativistas, industriais, comerciais, de serviços e bancárias), compra de maquinário, de instrumentos, de programas, de aparelhos. Há um milhão de assuntos a tratar. E a terra/solo tornou-se agora objeto para investimentos, para além dos sentimentos que remanescem. Ela deve ser tratada como uma Curva do Sino ou e Gauss ou das Distribuições Estatísticas dos interesses, desde os mais simples até os mais complexos, com um centro majoritário.

                            Isso pode dar muito dinheiro.

                            Seria uma editoria que evoluiria para as demais mídias, como já coloquei - já existe pelo menos uma TV de leilões e o Globo Rural.

                            Preços de vendas, onde contratar serviços, como realizar festas, como fazer campos de futebol e quadras de esportes, quem procurar nas prefeituras, como contratar empregados, como investir na terra, etc. Quem colocasse tal editora aprenderia tanto com o tempo que seria natural começar a investir no campo de um ponto de vista privilegiado. Na realidade, seria um modo de aprender através de uma remuneração bastante avantajada.

                            Vitória, quarta-feira, 05 de novembro de 2003.

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