segunda-feira, 27 de março de 2017


Superaproveitamento da Praia

 

                            Este é registrável no cartório de registro de títulos e documentos Myrian Castelo Miguel, Praça Misael Pena, s/n, sala 901, Ed. Jusmar, Centro, Vitória, ES, para venda aos AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo), especialmente os praianos, os municípios/balneários, que dão de frente para o mar. UNIVERSAL. Só no Brasil as costas percorrem 8,5 mil km, não se sabe em quantos municípios (no Espírito Santo, que tem 78 municípios, beiram o Atlântico do norte para o sul: Conceição da Barra, São Mateus, Linhares, Aracruz, Fundão, Serra, Vitória, Vila Velha, Guarapari, Anchieta, Piúma, Itapemirim, Marataízes, Presidente Kennedy, 14, salvo engano).

                            Naturalmente a praia é de todos, de todas as (agora classificadas) cinco classes, A (ricos), B (médios-altos), C (médios), D (médios-baixos ou pobres) e E (miseráveis), não podendo ser legalmente segmentada para uso exclusivo. É um índice poderoso de democracia verdadeira.

                            Entrementes, há grupalização natural pela pobreza ou riqueza, que dá acesso a produtos, a processos, a objetos, a programas – quem pode e quem não pode pagar. Quanto a isso, enquanto durar o Capitalismo geral não há o que fazer, de modo que as praias podem ser alargadas, como sugeri fazer para Camburi, Vitória, ES, em faixas longas na perpendicular (pela sugestão, 200 metros), construindo-se ali várias áreas distintas, mais ou menos elegantes e caras, fechando-se espaços para usos restritos apenas no sentido indicativo e não verdadeiramente, constituindo-se então como que oásis na areia, com praças, com parques, com piscinas, com casas de massagem, com academias de ginástica, com clubes, com todo tipo de serviço, até centros de compras em ambientes maiores ou menores, imitações de florestas e de rios, pesque-e-pague, um mundo de diversões que sozinho pode significar em arrecadação para as prefeituras tanto quanto uma cidade pequena.

                            O fato é que as prefeituras de balneários não visualizaram as praias do modo mais acabado possível, não instituíram grupos-tarefa capazes de tirar o maior proveito delas. Longe disso, elas são vistas como aproveitáveis apenas no verão, que são três em doze meses, ¼ ou 25 % do tempo, talvez o dobro disso, se incluirmos a primavera. No resto do tempo, mesmo em nossas praias ensolaradas, é aquela desolação.

                            Vitória, segunda-feira, 20 de outubro de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário