Que Gastos São
Multiplicativos?
Os economistas
introduziram o conceito de “arrastamento econômico”, isto é, o conjunto de
atividades que provocam o disparo dos movimentos econômicos compulsivos.
Devemos investigar se há utilidade nele, se ele é válido para deslindar os
elementos ou modelos de compreensão, isto é, se há contraste que potencialize a
compreensão.
Supostamente os
gastos governamentais keynesianos (John Maynard Keynes, inglês, 1883 a 1946),
aplicados aberta e ostensivamente na New Deal (Nova Política) americana pelo
presidente Roosevelt (Franklin Delano, 1882 a 1945) a partir de 1933 para
reparar os efeitos daninhos da Grande Quebra de 1929 levaram a grande
arrastamento econômico, ao passo que os desejos satisfeitos dos ricos e a
ausência de poupança dos pobres levaria a emperramento econômico e a retrações,
sendo a causa das intermitentes crises do capitalismo.
Isso é o efeito,
aparência, não é a causa. É sintoma, não é o gerador do sintoma. É a febre, não
é a doença.
Por quê fazer piscinas
seria pior que plantar mandioca? Em termos matemático as unidades monetárias
são iguais. O que muda, então?
O que é alterado é a
Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou
economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias) e tudo é
“arrastamento psicológico”, quando se anuncie “arrastamento econômico”
(arrastamento agropecuário/extrativista, arrastamento industrial, arrastamento
comercial, arrastamento de serviços, arrastamento bancário).
Agora, os
arrastamentos podem ser MACIÇOS e RESTRITOS. Quando são maciços um frisson ou
uma felicidade geral se espalha e todos se lançam à movimentação
econômica/financeira; todos participam, todos se aventuram, todos se jogam,
todos arriscam. Essa é a diferença. Evidentemente, quando os governos aplicam
em obras públicas levam grande quantidade de gente ao trabalho, ESPALHAM A FELICIDADE,
que contamina a todos e não a um grupo restrito. Quando os ricos investem em
bens suntuários, poucos ficam felizes, poucos se alegram, pois essa felicidade
distribuída é segregativa, ela se destina a poucos, a um grupo restritíssimo,
ínfimo.
Eis a razão de as
aplicações dos ricos criarem círculos cada vez mais restritivos, de menor área,
servindo a menos gente. Deveríamos pensar numa PSICOLOGIA DO ARRASTAMENTO, que
depende fortemente de propaganda (no bom sentido). Se as pessoas TODAS se
convencessem de que a construção de piscinas é que “é o quente” e disso
nascesse um movimento TOTAL, nacional, de multiplicação, tal atividade, que é
característica dos ricos hoje, seria de grande arrastamento.
Então, não depende
de ser esta ou aquela atividade, MAS DE CRENÇA; assim, se a crença pudesse ser
estimulada no vazio de fatos ela provocaria arrastamento, independentemente de
onde se situasse nas cinco (redefinidas) classes do TER (A, B, O, C e D) a
conversão psicológica. Portanto, os governempresas devem MIRAR O CONVENCIMENTO,
que apela ao coletivo COM, o vencimento conjunto, a partilha da crença. Devem
mirar os ligativos, os pontos de união, os conectivos psicológicos. Não basta o
anúncio, devemos perguntar se o anúncio comporta cimentos, colas que ligam as
partes ou conjuntos PESSOAIS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e
AMBIENTAIS (municípios/cidades, estados, nações e mundo) e as fazem
particip/ativas, ativas e reativas, gerando uma espiral de crescimento e de
desenvolvimento.
Vindo depois de uma
catástrofe, quando todos ou quase todos estavam propensos [desde já o modelo de
soma zero 50/50 distribui as crenças/descrenças em (2,5 + 46,5 + 47,5 + 2,5) =
100 % - de modo que sempre vai haver uma descrença irredutível de pelo menos
2,5 %] a acreditar, Roosevelt teve certa FACILIDADE DE CONVENCIMENTO, como as
lideranças japonesas e alemães após a Segunda Guerra e seu decorrente estado de
penúria. Em estado de felicidade relativa é difícil convencer os outros, mas se
alguém for capaz de inventar o novo convencimento, isso provocará arrastamento
econômico ou psicológico geral, como Reagan fez a partir de 1980, abatendo os
impostos dos ricos.
Então, o
“arrastamento econômico” não passa de uma dependência da propaganda e da teoria
do convencimento, que é parte da prateoria do controle ou da
comunicação, isto é, mais geralmente ainda da prateoria da informação-controle.
Se qualquer governempresa deseja provocar RÁPIDO CRESCIMENTO deve olhar, deve
estudar a forma de pela propaganda construir nos espíritos a ÂNSIA DE MUDAR, o
que significa conhecer profundamente a cultura ou povelite ou nação por suas
expectativas de vida, seus sonhos. Não se trata de entregar a tarefa aos
economistas, mas sim aos propagandistas, e mais largamente aos psicólogos. Isso
pode ser feito em qualquer geo-história ou espaçotempo, bastando dispor de uma
prateoria nacional conveniente, isto é, como agradar povo e elites, governos e
empresas, políticos e administradores, pessoas e ambientes. Não depende dos
produtos, não depende de coisa alguma, fora a satisfação dos sonhos. Para
satisfazer os sonhos é preciso CONHECER OS SONHOS, seja através de pesquisas
estatísticas de campo, seja através do conhecimento geo-histórico, seja através
do pensamento de quais são as faltas, SENTIDAS ou não, dos vários conjuntos.
Assim sendo, o
“arrastamento econômico” não é um PORQUE, não é explicação (que levaria a
repetições seguras) e sim um COMO, isto é, descrição dos fatos depois dos atos;
não é tecnociência econômica, pois não passa de magia e arte dos economistas. É
sentimento, não é razão.
Keynes acertou por
acaso, porque apontou UMA das propagandas, a aplicação vultosa de tributos em
obras maciças, popularmente falando. Atingindo tanta gente levou à
multiplicação antes de tudo psicológica, implantando um ESPÍRITO FAVORÁVEL em
todos os EUA, o mesmo que Getúlio Vargas fez aqui, depois, e foi feito em toda
parte.
Keynes não proporcionou
uma prateoria geral, válida universal e racionalmente, em todo o planeta, para
todas as coisas. O acaso do acerto se esgotou com ele.
Vitória, quinta-feira,
16 de outubro de 2003.
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