segunda-feira, 27 de março de 2017


O Rompimento Inflacionário do Estado

 

                            O processo inflacionário no Brasil, que durou de Juscelino Kubitschek (mineiro, 1902 a 1976, presidente de 1956 a 1961) até FHC (Fernando Henrique Cardoso, fluminense, 1931 -; 1994 viu o início do fim da inflação a partir de abril daquele ano, quando FHC era ministro do ex-presidente Itamar Franco) deve ser visto de perfil, de cima abaixo, como uma barriga d’água, uma doença que tomou as elites, enquanto superpermissão de apossamento da absorção popular das riquezas produzidas por todos.

                            A inflação ROMPE o Estado geral, ela o destrói em seus ligamentos, suas conexões entre elites e povo. Desgraça a nação, prostra-a, submete-a a vexames indizíveis, assim como os juros pagos aos estrangeiros de fora e aos estrangeiros de dentro.

                            Vale bem a pena rever o processo inflacionário.

                            Isso equivaleria a não apenas citar os índices mês a mês como principalmente apontar o resíduo em relação às recuperações de cada classe do TER (ricos, médios-altos, médios, médios-baixos ou pobres, miseráveis) e de cada classe do labor (operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas dos governempresas), isto é, QUANTO CADA UM PERDEU (essa é a inflação de cada um). Quanto as empresas e os governos puderam, com a autonomia ditada pelas leis unilaterais e a força/poder das armas, reajustar seus próprios produtos e serviços? Essa é a pergunta crucial, porque falar só dos índices é isento, não é engajado, não é participativo, não preocupa, desde quando não é ferida, não é violência contra ninguém.

                            Mas mostrar quanto foi tirado, aí sim, isso é violência, isso é mostrar os ferimentos, isso é toca fundo todos e cada um. A QUEM SERVIU A INFLAÇÃO? Que ela seja um serviço de classe burguês está bem à vista e ainda por cima prestado pelo ESCRITÓRIO DO CAPITAL, os governos nacionais sucessivos.

                            É preciso que cada um tenha coragem de mostrar quanto foi retirado ano após ano, nessas cinco décadas de sem-vergonhice, de verdadeira guerra civil lavrada pelas elites contra o povo. Fora da verdadeira separação da superinflação alemã pré-Hitler, essa foi a pior que o mundo viu, seguramente. Nenhumas elites foram tão perniciosas a seus povos quanto as brasileiras.

                            É urgente sair dessa mera e insignificante publicação dos índices inflacionários para mostrar isso que vou chamar de INFLAÇÃO DE CLASSE, que as classes pagaram ou da qual usufruíram desavergonhadamente. Esse choque nacional talvez nos cure da ilusão de que poderemos ter um país decente sem travar as batalhas por decência ou dignidade, como fizeram outros povos em toda a geo-história humana. As elites brasileiras respeitarão o povo brasileiro sem choques, sem ameaças de ruptura, sem disputas bem claras e definidas? Acho que não.

                            Juntando-se essa definição com as distâncias em relação aos indicadores especulativos (papéis empresariais, títulos governamentais, etc.) teremos uma visão exata de como esses 50 anos de guerra financeira atingiram e feriram cada classe.

                            Registrar 50/50 com Gutemberg Hespanha Brasil no cartório de títulos e documentos Myrian Castelo Miguel, Praça Misael pena, s/n, sala 901, Centro, Vitória, ES.

                            Vitória, sexta-feira, 17 de outubro de 2003.

                            José Augusto Gava.

                            Av. Dr. Pedro Feu Rosa, 221/104.

                            Ed. Vierzon – Jardim da Penha

                            29060.730 – Vitória, ES.

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