Filtros Evolucionários
No livro dos
organizadores Duncan & Weston Smith, A
Enciclopédia da Ignorância, Brasília, UnB, 1981, artigo de E. W. F. Tomlin,
C.B.E, Falácias da Teoria Evolucionária,
página 263 e seguintes, particularmente na página 264, há esta passagem: “A
estranheza dessa teoria é parcialmente ocultada por sua forma de apresentação.
A ordem e coerência dos organismos são tão óbvias que exigem uma explicação ao
mesmo tempo ordenada e coerente; esse requisito é supostamente preenchido pela
afirmação de que, na luta pela sobrevivência as mutações desfavoráveis são
eliminadas com todo o rigor. Tal conceituação, como veremos, depende de certas
premissas cuidadosamente ocultadas. E se ela é formada para explicar o
desenvolvimento das espécies, ou a filogênese, de também aplicar-se ao
desenvolvimento dos indivíduos que compõe a espécie, ou seja, a
ontogênese. É impossível presumir que haja duas formas distintas de
morfogênese, uma para a espécie e outra para o indivíduo. A evolução é um
processo único e unificado – e aí supostamente reside a sua excepcionalidade”,
negritos e itálicos meus.
Devemos organizar
nossos pensamentos.
Há que ver DUAS
EVOLUÇÕES ou dois FILTROS EVOLUCIONÁRIOS, a saber, a EVOLUÇÃO FORMAL ou
superficial ou das imagens e a EVOLUÇÃO ESTRUTURAL ou dos conceitos ou dos
conteúdos. Pela EF veremos as formas dos seres mudando para se tornarem as que
vemos agora, por exemplo, as dos gatos, ao passo que pela EE veremos as leis do
Conhecimento (leis da Magia/Arte, leis da Teologia/Religião, leis da
Filosofia/Ideologia, leis da Ciência/Técnica e a Matemática, que é a própria
lei central) se ajustando. As duas evoluções são uma e a mesma, evidentemente,
porque as leis que sustentam internamente as construções são sobrepostas pelas
formas, assim como a estrutura do aparelho de telefone possui numerosas formas
sobrepostas: desde que as leis ou estruturas tenham sido obedecidas os
desenhistas podem justapor qualquer imagem como exterior do aparelho. Ambas as evoluções
MUTAM diferencialmente, separadas e ao mesmo tempo juntas.
Por outro lado, é
fácil pensar que a ontogênese e a filogênese também agem juntas e separadas, se
adotarmos as noções de cártulas ou cartuchos, de hólons ou partodos ou
todopartes (de Koestler, do grego: holo, todo, on, parte, dando nas palavras
que coloquei em português) e de transientes. Veja cada indivíduo como vetor
evolutivo em sua cártula individual. Uma PESSOA (indivíduo, família, grupo ou
empresa) em seu AMBIENTE (município/cidade, estado, nação e mundo) psicológico
evolui individualmente, nele podendo se manifestar uma MUTAÇÃO PSICOLÓGICA,
tipo assim uma idéia ou rumo diverso. Mas, o indivíduo é parte da família. Ele
é todo para seus órgãos e parte para a família, é um hólon ou partodo ou
todoparte – abre-se para cima e para baixo, compondo-se entes cada vez mais
complexos. O indivíduo é vetor da EVOLUÇÃO ONTOGENÉTICA do Ser (conjunto),
enquanto ser individual. Por outro lado, a família é sua espécie, e ela também
é vetor, neste caso do grupo; para o indivíduo a família é sua EVOLUÇÃO
FILOGENÉTICA, pois ela também evolui psicologicamente. O indivíduo deve
processar sua adequação ao ambiente individual e a família, enquanto ponto, ao
seu próprio ambiente familiar dentro dos grupos. Entrementes, os indivíduos
devem se adequar à evolução familiar, pois ela também está saltando.
Assim sendo, os
indivíduos devem processar a sua própria e mais SETE ADEQUAÇÕES psicológicas:
adequação à família, adequação ao grupo, adequação à empresa, adequação ao
município/cidade, adequação ao estado, adequação à nação, adequação ao mundo.
TUDO ESTÁ MUDANDO CONCOMITANTEMENTE. Essa é a questão dos transientes, os que
transitam, que passam de um nível ou patamar a outro.
Ora, nunca pensamos
na EVOLUÇÃO EMPRESARIAL, digamos, e, no entanto, ela existe e opera. As
empresas de hoje não são as mesmas de 30 anos atrás, nem de longe. Do mesmo
modo ocorre no nível biológico/p.2, onde famílias, espécies, gêneros estão em
evolução, tanto os pontos quanto os conjuntos de pontos. Os filtros evolutivos estabelecem
então o que chamei de VÁLVULAS K (em homenagem a Koestler), não permitindo a
desconstrução formestrutural das cártulas, quaisquer conjuntos. Uma vez
iniciadas as evoluções ontogenéticas individuais e filogenéticas grupais, elas
não regridem, e operam ao mesmo tempo nos vários patamares.
Vitória,
quinta-feira, 31 de julho de 2003.
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