Extraordinário
Projeto
Sendo realmente anarco-comunista
naturalmente desprezo o dinheiro, os juros e todo tipo de acumulação de
diferenças que não sejam as mais úteis, quer dizer, as de complementação das
potências psicológicas.
Demorei muito tempo
até aceitar que para os meus filhos a constituição provisória (que se tornará
definitiva, infelizmente) de tais distanciamentos. Converso muito com eles,
para mostrar que estamos a serviço do coletivo, mais do que a nós mesmo, e
eles, por suas almas bondosas, parecem não apenas aceitar como ter também
pensamento autônomo reafirmativo dessas diretrizes. De modo que passei a
registrar os livros, a escrever as patentes e as idéias, e de um modo geral a
pensar em acumular, no sentido de colocar universidades, escolas, serviços às
populações, como temos desenhado em nossas mentes.
Então, como adendo,
imaginei juntar dez mil pessoas (10 mil é a indicação chinesa de complexidade),
com milhares de empresas, correndo cada uma na linha de uma idéia ou patente,
imbricando-se para além das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas)
até os AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo), isto é, saindo
do particular e indo até o geral.
Com tal vastidão de
propósitos e atos poderemos tocar os advogados e sua cumplicidade interna e
externa, as leis e seu aparato, o Judiciário inteiro, os tribunais de Justiça,
estabelecendo através dos choques uma fieira de aprendizados que serão úteis
aos nossos, porque, CERTAMENTE, haverá embates jurídicos com os piratas, os
aproveitadores, os que se debruçam sobre a propriedade alheia – esses choques
que são o próprio corolário do sistema burguês de propriedades, das limitações
de uso.
Fatalmente.
Nisso também as
pessoas nossas devem prover o APRENDIZADO COLETIVO, tanto de chocar quanto de
evitar a letalidade interna dos choques, a miserabilidade material e espiritual
que advém deles.
Vitória,
quinta-feira, 31 de julho de 2003.
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