domingo, 5 de março de 2017


Extraordinário Projeto

 

                            Sendo realmente anarco-comunista naturalmente desprezo o dinheiro, os juros e todo tipo de acumulação de diferenças que não sejam as mais úteis, quer dizer, as de complementação das potências psicológicas.

                            Demorei muito tempo até aceitar que para os meus filhos a constituição provisória (que se tornará definitiva, infelizmente) de tais distanciamentos. Converso muito com eles, para mostrar que estamos a serviço do coletivo, mais do que a nós mesmo, e eles, por suas almas bondosas, parecem não apenas aceitar como ter também pensamento autônomo reafirmativo dessas diretrizes. De modo que passei a registrar os livros, a escrever as patentes e as idéias, e de um modo geral a pensar em acumular, no sentido de colocar universidades, escolas, serviços às populações, como temos desenhado em nossas mentes.

                            Então, como adendo, imaginei juntar dez mil pessoas (10 mil é a indicação chinesa de complexidade), com milhares de empresas, correndo cada uma na linha de uma idéia ou patente, imbricando-se para além das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) até os AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo), isto é, saindo do particular e indo até o geral.

                            Com tal vastidão de propósitos e atos poderemos tocar os advogados e sua cumplicidade interna e externa, as leis e seu aparato, o Judiciário inteiro, os tribunais de Justiça, estabelecendo através dos choques uma fieira de aprendizados que serão úteis aos nossos, porque, CERTAMENTE, haverá embates jurídicos com os piratas, os aproveitadores, os que se debruçam sobre a propriedade alheia – esses choques que são o próprio corolário do sistema burguês de propriedades, das limitações de uso.

                            Fatalmente.

                            Nisso também as pessoas nossas devem prover o APRENDIZADO COLETIVO, tanto de chocar quanto de evitar a letalidade interna dos choques, a miserabilidade material e espiritual que advém deles.

                            Vitória, quinta-feira, 31 de julho de 2003.

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