A Reinvenção da
Cidadania
Peguemos o que
chamei de “maiores bandeiras”, aquelas que são, pela natureza das necessidades
a expressar, as mais altas, largas e profundas: a das mulheres, a dos negros, a
dos índios, a das crianças, a dos velhos, a dos pobres e miseráveis, a das
minorias políticas nacionais, as de todos os que sofrem e anseiam – elas devem
ter, no futuro, mais e melhores respostas, até chegar à presumida igualdade.
Coloque numa
planilha os quesitos:
1. Quantidade de pleiteantes (logo de
cara as mulheres ganham, pois passam de 50 %);
2. Os males geo-históricos sofridos (os
negros sofreram barbaramente, durante 500 anos nas mãos dos ocidentais, e só
não padeceram no Oriente porque não foram levados para lá);
3. O desamparo (por exemplo, o das
crianças);
4. A nobreza de gestos (como os dos
velhos);
5. Muitos outros.
Multiplicando os índices ou
apontadores (que um coletivo de acadêmicos pode estabelecer), pode ser
verificada aquela largura (quantitativa), aquela altura (qualitativa) e aquela
profundidade da ofensa, e conseqüentemente a carência ou querência, o querer
que deve ser satisfeito.
Então saberemos as DIMENSÕES DE
BANDEIRA.
Ora, interessa a todos que novas
cidadanias estejam constantemente sendo inventadas, ou seja, que os desafios de
satisfazer a estes ou aqueles empurrem os governempresas para renovações
expressivas, quer dizer, dilatação da liberdade de fazer, de estar, de ir e
vir, de assumir e assumir-se nesta ou naquela atividade. Evidentemente
interessa aos que já são livres somar liberdades e direitos. Não diminuiu as
dos homens a ampliação das liberdades femininas, o fato de as mulheres estarem
sendo mais respeitadas. Reinventar a cidadania é condição sem a qual não haverá
futuro, pois tudo afunilaria para um ponto e para o desaparecimento.
Vitória, quarta-feira, 25 de junho de
2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário