A Pregação da Revolução
Os tolos têm como
certo que a pregação revolucionária, por ser detestada pela classe ocupante do
poder, deve ser feita às escondidas, por cochichos, “na camufla”. Isso provoca
um afunilamento e um círculo de vigilância que leva à criação dos comitês
centrais à soviética, aquela concentração extremamente daninha que mata a
democracia participativa.
Pelo contrário, tudo
deve ser feito às claras.
É evidente que os
agentes da burguesia não podem estar em todos os lugares ao mesmo tempo e
algumas coisas lhes escaparão.
E como haveríamos de
fazer coalescer ou aglutinar na sociedade supersaturada os cristais, sem lhes
comunicar a energia inicial que provoca a reação de fusão? Como saberemos quem
detém os conhecimentos (racionais) e as práticas (sentimentais) ligativas? Como
chegaremos aos simpatizantes que cederão o dinheiro de sustentação? A menos que
queiramos fazer revolução através da estrutura dos partidos estabelecidos e
sancionados ou desejemos cair nessa clandestinidade fajuta que é a pregação
suposta esperta, o único caminho é manifestar desde logo todas as intenções,
colocando abertamente os elementos de troca na mesa. Sem a franqueza dessa
abertura total, como é que atrairemos os verdadeiros revolucionários, os que
não estão ocultos sob camadas e camadas de tratos culturais aprovados?
Os da burguesia e
seu braço armado não são bobos e estão preparados para seguir qualquer
pretendente a conspirador.
Daí que somente a
disposição de comunicar a todos nos trará aquelas figuras mais competentes para
o novo jogo. Somente o anúncio às claras, completamente despojado provocará a
queda dos frutos maduros.
Eis porque é
necessário promover essa palestra anunciando a revolução mundial que se
levanta.
Vitória,
sexta-feira, 18 de julho de 2003.
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