quarta-feira, 1 de março de 2017


27 Países

 

                            Com seus 8,5 milhões de km2 e 27 estados (incluído o Distrito Federal, onde fica Brasília), o Brasil tem média de 315 mil km2 de área por estado e isso é tanto quanto o Japão todo (372.819 km2, para 127,3 milhões de habitantes em 2001).

                            Estamos já, faz tempo, onde a Europa dos 15 quer ir. Os EUA estão além, 50 estados congregados, cada um podendo ser um país e cada um estando muito além de 50 % dos países em renda. São Paulo, no Brasil, eu fiz as contas, passa 70 % das nações (até o Espírito Santo, que é só 1/1.600 da renda mundial, passa 120 deles, mais da metade).

                            Nós não precisamos ser europeus, precisamos ser americanos (das Américas) e brasileiros, mais avançados. Porque, veja, a Europa, com tudo que há lá de magnífico, e que não canso de louvar, é o resultado contínuo de 10 mil anos de evolução, ao passo que o Brasil começou em 1500 (claro, não começou do nada, a raiz cultural é a mesma do mundo – mas, em termos de construções começou do zero, mesmo). Aliás, dizem que os EUA principiaram em 1776, ao passo que nesse ano o Brasil já teria 276 anos, estando, portanto, atrasado atualmente, porém isso é só parcialmente verdadeiro. Contando que Dom João VI, rei do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, chegou aqui fugido de Napoleão com seus 15 mil aproveitadores das cortes nos barcos apenas em 1808, foi aí que houve um recomeço, porque até então o Brasil não podia comerciar senão através de Portugal, não podia industrializar, não podia imaginar (como não pode até hoje). Daí que, na prática mesmo, o Brasil vá completar ainda em 2008 os 200 anos de independência real (real e metaforicamente).

                            O que se construiu em 200 anos não está no gibi – e tudo sem favor europeu nenhum, até contra tantos fatores que é de admirar que uma civilização, mesmo trôpega, pudesse se desenvolver ao sul do equador.

                            Se a Europa está madura, se é altamente homogênea (embora menos que o Japão, a China e todo o Oriente), não detém os privilégios das mudanças rápidas, de modo que, a apostar, eu apostaria no Brasil e nos EUA e em todos os países americanos. Particularmente EUA e Brasil podem se satisfazer de estarem congregando muitas nações. Já partem daquele ponto a que a Europa quer chegar décadas no futuro.

                            Vitória, quinta-feira, 26 de junho de 2003.

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