quarta-feira, 1 de março de 2017


Um Povo Deprimido

 

                            Depois de ter tido um arranco extraordinário de 1150 a 1550 houve um rompimento em Portugal e o país mergulhou nas sombras, desde então até por volta de 2000, na realidade até a Revolução dos Cravos, pelos lados de 1975. O que deprime todo um país?

                            Por exemplo, a Argentina, que mostrou os danos da ditadura local, mergulhou na autocomiseração e no autoflagelamento, ao passo que o Chile e o Brasil, que esconderam, não caíram na fossa.

                            Durante a ditadura salazarista (Antônio de Oliveira Salazar, 1889 a 1970, homem forte de Portugal desde 1933, ditador até 1968) o país ficou mais deprimido que nunca, mergulhado numa paradeira de dar dó. Foi o fundo do poço, termo daqueles 450 anos que os acadêmicos não observaram atentamente, muito menos comparando as ditaduras como fenômeno nacional de perda de interesse, de disforia, de prostração mesmo, equivalente ao das pessoas. Em que medida isso contamina toda a Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias), em particular infecta a Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos)? Que germes psicológicos são esses que contaminam as pessoambientes (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos, empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações, mundos)?

                            Como curá-los, como preveni-los, vaciná-los?

                            Os acadêmicos perdem tempo com porcarias, furtando-se às perguntas fundamentais.

                            Vitória, quarta-feira, 25 de junho de 2003.

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