Psicopatias
No livro de Wesley
C. Mitchell, Os Ciclos Econômicos e suas
Causas, 2ª. Edição, São Paulo, Nova Cultural, 1987, ele diz, página 10:
“Em contraposição a
esse exemplo único, diversos outros se apresentam, onde a reativação iniciou-se
calmamente, sem que houvesse qualquer evento suficientemente notável para
chamar a atenção dos cronistas contemporâneos; por exemplo, a reativação alemã
em 1904/05 e todas as reativações francesas desde 1890. Portanto, a tentativa
de explicar as reativações econômicas com o resultado de acidentes felizes não
merece mais crédito do que a teoria já abandonada de que as crises são fenômenos
‘patológicos’ provocados por alguma causa ‘anormal’. O calmo
processo de recuperação econômica durante os períodos sombrios é suficiente
para transformar-se numa reativação, sem a ajuda acidental de qualquer
‘circunstância perturbadora’”, negrito e colorido meus.
Sendo a Psicologia o
que é no modelo, temos os seguintes desvios em relação ao equilíbrio:
·
Desvios
das figuras ou psicanálises;
·
Desvios
dos objetivos ou psico-sínteses;
·
Desvios
das produções ou economias;
·
Desvios
das organizações ou sociologias;
·
Desvios
dos espaçotempos ou geo-histórias.
Os desvios produtivorganizativos ou
socioeconômicos, em particular os econômicos ou produtivos podem ser:
·
Desvios
agropecuários/extrativistas;
·
Desvios
industriais;
·
Desvios
comerciais;
·
Desvios
de serviços;
·
Desvios
bancários.
Todos esses desvios são patologias,
sejam patologias econômicas sejam patologias sociológicas, chamadas
sociopatias; diríamos então de psicopatias gerais, inclusive o mau e péssimo
uso do espaço e do tempo, até no caso geral de poluições ou desvios ecológicos.
Não só a teoria deve ser retomada, pois as crises são de fato psicopatias, no
caso “produtivopatias”, digamos assim, como é fundamental reabordá-las.
Mitchell estava errado. E existem
mesmo acidentes felizes e acidentes infelizes, que são como que os atratores no
plano e no espaço socioeconômico. Um simples soluço pessoal (de indivíduos, de
famílias, de grupos e de empresas) ou ambiental (de municípios/cidades, de
estados, de nações e do mundo) pode resultar em tremendos sobressaltos
socioeconômicos e de toda a Psicologia - em razão da teoria das catástrofes
(como foi mostrado na matemática) - serem induzidas por eventos atratores, de
maior ou menor poder centralizador. Qualquer conjunto pode provocar esse
colapso, até mesmo um indivíduo mais dotado. De fato, na geo-história do
mundo-Terra temos presenciado constantemente essas distorções e seria mesmo
fundamental listar essas causas anormais, como módulo de prevenção.
Que Mitchell o tivesse negado e que a
Academia tivesse aceitado a negação nos instrui de como podemos ser cegos
quando nos interessa a escuridão como sossego da alma.
Vitória, terça-feira, 01 de julho de
2003.
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