sexta-feira, 3 de março de 2017


Psicopatias

 

                            No livro de Wesley C. Mitchell, Os Ciclos Econômicos e suas Causas, 2ª. Edição, São Paulo, Nova Cultural, 1987, ele diz, página 10:

                            “Em contraposição a esse exemplo único, diversos outros se apresentam, onde a reativação iniciou-se calmamente, sem que houvesse qualquer evento suficientemente notável para chamar a atenção dos cronistas contemporâneos; por exemplo, a reativação alemã em 1904/05 e todas as reativações francesas desde 1890. Portanto, a tentativa de explicar as reativações econômicas com o resultado de acidentes felizes não merece mais crédito do que a teoria já abandonada de que as crises são fenômenos ‘patológicos’ provocados por alguma causa ‘anormal’. O calmo processo de recuperação econômica durante os períodos sombrios é suficiente para transformar-se numa reativação, sem a ajuda acidental de qualquer ‘circunstância perturbadora’”, negrito e colorido meus.

                            Sendo a Psicologia o que é no modelo, temos os seguintes desvios em relação ao equilíbrio:

·        Desvios das figuras ou psicanálises;

·        Desvios dos objetivos ou psico-sínteses;

·        Desvios das produções ou economias;

·        Desvios das organizações ou sociologias;

·        Desvios dos espaçotempos ou geo-histórias.

Os desvios produtivorganizativos ou socioeconômicos, em particular os econômicos ou produtivos podem ser:

·        Desvios agropecuários/extrativistas;

·        Desvios industriais;

·        Desvios comerciais;

·        Desvios de serviços;

·        Desvios bancários.

Todos esses desvios são patologias, sejam patologias econômicas sejam patologias sociológicas, chamadas sociopatias; diríamos então de psicopatias gerais, inclusive o mau e péssimo uso do espaço e do tempo, até no caso geral de poluições ou desvios ecológicos. Não só a teoria deve ser retomada, pois as crises são de fato psicopatias, no caso “produtivopatias”, digamos assim, como é fundamental reabordá-las.

Mitchell estava errado. E existem mesmo acidentes felizes e acidentes infelizes, que são como que os atratores no plano e no espaço socioeconômico. Um simples soluço pessoal (de indivíduos, de famílias, de grupos e de empresas) ou ambiental (de municípios/cidades, de estados, de nações e do mundo) pode resultar em tremendos sobressaltos socioeconômicos e de toda a Psicologia - em razão da teoria das catástrofes (como foi mostrado na matemática) - serem induzidas por eventos atratores, de maior ou menor poder centralizador. Qualquer conjunto pode provocar esse colapso, até mesmo um indivíduo mais dotado. De fato, na geo-história do mundo-Terra temos presenciado constantemente essas distorções e seria mesmo fundamental listar essas causas anormais, como módulo de prevenção.

Que Mitchell o tivesse negado e que a Academia tivesse aceitado a negação nos instrui de como podemos ser cegos quando nos interessa a escuridão como sossego da alma.

Vitória, terça-feira, 01 de julho de 2003.

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