Não Esperarão pelo
Trump
Como disse em A Freada de Trump e a Virada do Avesso,
ele ainda não é a direitização, pelo contrário, quer salvar o capitalismo nos
EUA, está tentando evitar as sangrias mais urgentes, as que promoveriam a
revolta popular, aliás inelutável, só que agora não à esquerda, à direita.
Muito disso é jogo de
cena, todos eles são artistas no pior sentido, escamoteadores, mentirosos que
usam o corpo e o rosto para enganar – é milenar. Acontece que, sendo assim ou
não, agora o governo executivo dos EUA não está mais à esquerda, não
desautoriza, não enfrentará a direita do mundo inteiro, que já começa a
assomar: é sinal inequívoco de que as direitas em todo país levantarão a
cabeça.
AS CABEÇAS DA DIREITA
IMPEDIMENTOS.
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PERÍODOS.
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OBAMA NO GOVERNO
DOS EUA.
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De 2008 a 2016.
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OS ATÔMICOS.
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De 1945 a hoje.
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A PRESENÇA DA URSS.
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De 1917 a 1991.
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A REVOLUÇÃO
FRANCESA, DISPARADORA EVIDENTE.
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De 1789 a 1991.
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O LANÇAMENTO DO
PROGRAMA ILUMINISTA.
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300 anos.
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Tudo isso acabou.
Embora Trump esteja longe de ser direitista,
os outros são e se sentirão autorizados a avançar, como a Le Pen na França – em
toda parte (inclusive no Brasil) a Direita geral se politizará (significando
manifestação pública), pensará, criará programas, lançará livros e demais elementos
das tecnartes, cooptará adeptos, investirá pesadamente (não mais na opressão
dos operários, pelo contrário, a favor deles – aprenderam a lição).
Vai virar tremendo rebuliço.
Quem poderia imaginar que simples eleição
faria tanto estrago na Esquerda geral? Se as pessoas tivessem pensado (não
atinei), teriam visto o período muito interessante da geo-história que está se
iniciando.
Vitória, quarta-feira, 1 de março de 2017.
GAVA.
AS
PROMESSAS DE TRUMP E AS NEGAÇÕES (só agora, 6 de 76, quase 10 %)
Presidente Trump! Leia 76 promessas do
futuro presidente dos E.U.A.
Discussão em 'Política
e religião' iniciada por Bernardo
Santos, 24
janeiro 2016.
By Jenna Johnson - Washington Post
Muitos candidatos têm o cuidado de não prometer muito na campanha
eleitoral. Esse não é caso do principal candidato republicano, Donald Trump.
Abaixo estão listadas 76 coisas que ele faria se fosse eleito, ou previu que
iriam ocorrer como resultado de sua eleição. Se ganhasse a Casa Branca, Trump
prometeu:
1. Construir um muro ao longo da fronteira sul que seja mais alto do que as arenas onde faz seus comícios, mais alto do que qualquer escada e um pé mais alto do que a Grande Muralha da China. Este muro “artisticamente belo” será construído a partir de concreto endurecido, vergalhões e aço, e será “o maior muro que você já viu” ‒ tão excelente que a nação um dia o nomeará de “O Muro Trump”. 2. Fazer o México pagar pelo muro. Se o México recusar, então os Estados Unidos irão confiscar todas as remessas feitas com salários de imigrantes ilegais, cortarão a ajuda externa, instituirão tarifas, cancelarão vistos para empresários e diplomatas mexicanos, e aumentarão as taxas para vistos, cartões de travessia da fronteira e de utilização dos portos. 3. “Se eu me tornar presidente, todos nós iremos dizer “Merry Christmas” de novo. ” 4. Livrar-se do Núcleo Comum [programa governamental para a educação] porque é um “desastre” e uma “coisa muito ruim”. Trump diz que quer dar aos distritos escolares locais mais controle e poderá até eliminar o Departamento de Educação. 5. O Departamento de Proteção Ambiental também poderá desaparecer. 6. Livrar-se do Obamacare [seguro de saúde governamental obrigatório, feito por Obama] e substituí-lo por algo “fantástico” que é “muito melhor, muito melhor, muito melhor”. 7. Derrubar as paredes de regulamentação entre os estados para os seguros de saúde, fazendo planos disponíveis nacionalmente ao invés de regionalmente. 8. Reconstruir a envelhecida infraestrutura do país ‒ especialmente pontes e aeroportos que parecem pertencer a um país de terceiro mundo ‒ por um terço do que os Estados Unidos atualmente pagam por tais projetos. 9. Salvar o Medicare [outro seguro de saúde governamental], o Medicaid [programa governamental de atendimento médico para pobres] e a Previdência Social, sem cortar benefícios. 10. Parar de financiar o Planed Parenthood [instituição para controle de natalidade]. 11. “Eu irei cuidar da mulher, e eu tenho um grande respeito pela mulher. Eu valorizo a mulher, e eu irei cuidar da mulher. ” 12. Usar frequentemente o termo “terrorismo islâmico radical”. 13. Banir temporariamente a maioria dos islâmicos estrangeiros de entrar nos Estados Unidos “até nossos representantes nacionais descobrirem o que está acontecendo”. Trump iria permitir exceções para dignitários, pessoas de negócios, atletas e pessoas que “provam” por elas mesmas. 14. Barrar refugiados sírios de entrar no país e chutar para fora qualquer um que já viva aqui. Ele diz que países ricos do Golfo Pérsico como a Arábia Saudita devem pagar para criar uma “zona segura” fortemente protegida na Síria. 15. Vigiar pesadamente as mesquitas nos Estados Unidos. Trump disse que está aberto a ideia de fechamento de algumas mesquitas. 16. Criar uma base de dados de refugiados sírios. Trump não descartou a criação de uma base de dados de muçulmanos no país. 17. Nunca tirar férias enquanto estiver servindo como presidente. 18. Processar Hillary Clinton pelo uso de um e-mail privado enquanto servia como Secretária de Estado. 19. Tornar a maconha medicinal amplamente disponível para pacientes, e permitir aos estados que decidam se querem legalizar totalmente a erva ou não. 20. Parar de gastar dinheiro na exploração espacial até os Estados Unidos poderem consertar seus buracos. Incentivar a expansão das empresas privadas de exploração espacial. 21. Escolher juízes para a Suprema Corte que sejam “realmente grandes juristas”. 22. Confirmar que Iowa continue a ser o lugar da primeira disputa para nomeação presidencial do país. 23. Fortalecer os militares tanto que eles ficarão “tão grandes, tão fortes e tão excelentes” que “ninguém irá mexer conosco”. 24. Ser imprevisível. “Ninguém vai nos tocar, porque eu sou muito imprevisível”. 25. Permitir que a Rússia se resolva com o Estado Islâmico na Síria e/ou trabalhar com o Presidente russo Vladimir Putin para acabar com os inimigos em comum. 26. “Bombardear a merda até o lado de fora do Estado Islâmico”. Bombardear também os campos de petróleo controlados pelo EI, em seguida aproveitar o petróleo e dar os lucros aos militares veteranos que foram feridos em batalha. 27. Tomar como alvo e matar quem for ligado a terroristas. 28. Desligar partes da Internet para que os terroristas do EI não possam usá-la para recrutar as crianças americanas. 29. Trazer de volta o afogamento simulado, que o governo Obama considera tortura. Trump disse que está disposto a usar técnicas de interrogatório que vão além do afogamento simulado. Mesmo que essas técnicas não funcionem, “eles merecem de qualquer jeito, pelo que estão fazendo”. 30. Deixar tropas no Afeganistão porque aquilo está “uma bagunça”. Proteger Israel. E aumentar a presença militar americana no Mar da China Meridional e no Mar da China Oriental. 31. Encontrar um furo em uma cláusula do acordo com o Irã e depois renegociar “totalmente” a coisa toda. 32. “Eu prometo que nunca estarei numa corrida de bicicletas. Isso eu posso lhes dizer. ” (Essa promessa está relacionada às criticas ao Secretário de Estado John F. Kerry, que se machucou enquanto montava uma bicicleta em plenas negociações com o Irã.) 33. Recusar-se a chamar o líder do Irã pelo seu título preferido. “Eu garanto a vocês que nunca estarei chamando ele de o Líder Supremo... Eu irei dizer, ‘Ei baby, como vai? ’ Eu nunca irei chama-lo de o Líder Supremo. ” 34. Negociar a libertação de todos os prisioneiros americanos no Irã antes de tomar a posse. (Cinco reféns foram recentemente libertados, incluindo o repórter do Washington Post Jason Rezaian; Trump tomou para si algum crédito pelo acontecimento.) 35. Opor-se ao assassinato de jornalistas: “Eu odeio algumas dessas pessoas, mas eu nunca as mataria. ” 36. Achar grandes generais ‒ algo como a próxima geração do Gen. Patton ou Gen. MacArthur ‒ e não os permitir irem aos noticiários da televisão para explicarem suas estratégias militares: “Eu não quero meus generais sendo entrevistados, eu quero meus generais chutando bundas. ” Trump gosta de generais grossos, desbocados e que são amados por suas tropas. 37. Largar o militar “traidor podre, sujo” Bowe Bergdahl para fora de um avião em um deserto do Afeganistão sem paraquedas. 38. Demitir os líderes “corruptos e incompetentes” do Departamento de Assuntos para Veteranos dos E.U.A. e reformar dramaticamente a agência. Permitir que os veteranos usem seus cartões de identificação militar em qualquer centro médico que aceite atendimento para pacientes do Medicaid. Incorporar clínicas satélites para veteranos em hospitais rurais e áreas carentes, e garantir que todos hospitais para veteranos sejam permanentemente dotados de médicos GIN-OB [ginecologista-obstetra]. 39. Investir mais pesadamente em programas que ajudam militares veteranos a se adaptarem de volta a vida civil, incluindo formação profissional e colocação em serviços. Aumentar também o financiamento para o tratamento do transtorno de estresse pós-traumático, lesões cerebrais traumáticas e problemas de saúde mental. Veteranos que candidatarem-se a um emprego em uma agência para veteranos irão ter 5 pontos adicionados em suas pontuações de qualificação. 40. Trazer de volta os empregos da China ‒ México, Japão e de outros lugares. 41. “Eu serei o melhor presidente para empregos, que Deus jamais criou. ” Trump diz que cidades como Reno, em Nevada, serão “beneficiárias de uma bela gordura extra” desses novos trabalhos. 42. Estudantes do Colégio Wofford na Carolina do Sul, lugar onde Trump foi a Câmara Municipal, todos eles terão um emprego na sua graduação. 43. Desafiar agressivamente o poder da China no mundo, declarando o país um manipulador de câmbio, adotando uma “política de tolerância zero com o roubo de propriedade intelectual e com a transferência forçada de tecnologia” e reprimindo as “normas trabalhistas e ambientais frouxas” da China. 44. Ao invés de oferecer ao Presidente chinês um jantar de Estado, comprar-lhe um “hambúrguer do McDonald’s e dizer que temos de começar a trabalhar”. 45. Substituir o “livre comércio” pelo “comércio justo”. Reunir os “negociadores mais inteligentes do mundo”, atribuir um país a cada um deles e renegociar todos os acordos de comércio exterior. 46. Colocar o bilionário e gestor de fundos hedge Carl Icahn como encarregado das negociações comerciais com a China e o Japão. E por no Japão um embaixador que seja “um matador”, ao contrário do atual embaixador, Caroline Kennedy. 47. Dizer ao presidente da Ford Motor Co. que, a menos que ele cancele os planos de construir uma planta gigante no México, a empresa irá enfrentar um imposto de 35% em seus carros importados de volta aos Estados Unidos. Trump está confiante que pode conseguir esse feito antes de tomar posse. (No ano passado, ele incorretamente disse que isso já tinha acontecido.) 48. Forçar a Nabisco a fazer o Oreos novamente nos Estados Unidos. E ameaçar a Apple para fazê-la fabricar seus “malditos computadores” e seus outros produtos aqui. 49. Impor novos impostos em muitas das importações para o país. Números jogados a esmo incluem 32 %, 34% e 35%. 50. Crescer a economia nacional pelo menos 6%. 51. Reduzir a dívida nacional de $18 trilhões “eliminando vigorosamente o desperdício, fraude e abuso no governo federal, acabando com programas governamentais redundantes e crescendo a economia para aumentar as receitas fiscais”. 52. Cortar 20% do orçamento com simples renegociação. 53. Livrar-se da Reforma Dodd-Frank de Wall Street e da Lei de Proteção ao Consumidor. 54. Simplificar o código tributário dos E.U.A. e diminuir as faixas de imposto [tax bracket] de sete para quatro. Os maiores rendimentos iriam pagar 25% de imposto. A taxa de imposto sobre empresas cairia para 15%. Eliminar a “penalidade de casamento” para os contribuintes e acabar com o imposto mínimo alternativo. 55. Interromper a cobrança do imposto de renda para pessoas solteiras que ganhem menos de $25.000 por ano ou casais que ganhem menos de $50.000. Essas pessoas irão, no entanto, ser obrigadas a arquivar um formulário de uma página com o Serviço de Rendimento Interno, que afirma: “Eu venci. ” 56. Certificar-se que os americanos ainda podem se dar ao luxo do golfe. 57. Permitir às empresas uma janela por cada tempo para que transfiram dinheiro ao exterior, cobrando um muito reduzido imposto de 10%. 58. Livrar-se da maioria das brechas fiscais ou incentivos empresariais, mas continuar permitindo que os contribuintes deduzam de seus impostos os juros de hipotecas e as doações para caridade. 59. Em seu primeiro dia no cargo presidencial, Trump irá livrar-se das zonas desarmadas em bases militares e escolas. 60. Usar o “senso comum” para corrigir o sistema de saúde mental e prevenir os tiroteios em massa. Achar maneiras de armar mais os “caras bons” como ele que podem mandar para fora os “psicos”. 61. Livrar-se da proibição de determinados tipos de armas e carregadores, de modo que as “pessoas boas, honestas” possam ter as armas que escolherem. 62. Impor uma sentença mínima de 5 anos em prisão federal para qualquer criminoso violento que cometa um crime usando uma arma, sem chances de liberdade condicional ou libertação antecipada. 63. Permitir que a licença de porte oculto seja reconhecida em todos os 50 estados. 64. Assinar uma ordem executiva reivindicando a pena de morte para qualquer um considerado culpado de matar um policial.
65. Providenciar mais financiamento para o treinamento da polícia.
66. E providenciar mais financiamento para o tratamento de drogados, principalmente os viciados em heroína. 67. Em seu primeiro dia no cargo, acabará com as ordens executivas do Presidente Obama relacionadas à imigração. Isso inclui acabar com as “cidades santuário” [cidades onde imigrantes ilegais não precisam se preocupar em ser presos], que foram transformadas em refúgios para criminosos, segundo Trump. 68. Deportar os quase 11 milhões de imigrantes vivendo ilegalmente nos Estados Unidos.
69. Triplicar o número de agentes da Imigração e Fiscalização
Aduaneira dos E.U.A.
70. Continuar a permitir que trabalhadores estrangeiros com baixos salários venham aos Estados Unidos com visto de trabalho temporário porque Trump diz que eles são os únicos que querem colher em plantações de uvas. 71. Acabar com a cidadania por nascimento.
72. Dizer coisas que são politicamente incorretas, porque o país não tem tempo para perder com o politicamente correto.
73. Fazer a América grande de novo ‒ e forte de novo, assim como ela se tornou tão fraca. “Os Estados Unidos se parecem mais e mais com um tigre de papel. Não será desse jeito se eu vencer! ” 74. Ser um líder de torcida para a América e trazer o espírito do país de volta. “Pegue a marca dos Estados Unidos e a faça grande novamente. ” 75. Trazer de volta o Sonho Americano. 76. Começar a ganhar de novo. “Nós estamos indo para vencer tanto ‒ vitória após vitória após vitória ‒ que você estará me implorando: ‘Por favor, Sr. Presidente, vamos perder uma ou duas vezes. Nós não aguentamos mais. ’ E eu irei dizer: ‘De maneira nenhuma. Nós vamos continuar indo para vencer. Nós nunca iremos para perder. Nós nunca, jamais iremos para perder. ” http://www.chicagotribune.com/news/...d-trump-campaign-promises-20160122-story.html Copyright © 2016, Chicago Tribune |
Após
campanha marcada por polêmicas, republicano preservou a intenção de construir
muro na fronteira com o México, mas suavizou outras propostas
Praticamente desde o momento em que
se soube que Trump era o ganhador das eleições, circulam análises, memes e
até brincadeiras sobre as mais controversas promessas de campanha do
candidato republicano.
Entretanto, em poucos dias, e
sobretudo depois do encontro com o presidente Barack Obama na Casa Branca,
Trump suavizou várias delas. Listamos alguns dos destaques:
1. O muro na fronteira
O que disse o candidato
Trump:
"Vamos construir um muro na fronteira com o México,
um muro grande e bonito, e o México vai pagar por ele".
A ideia do muro na fronteira foi um
dos pilares da campanha de Trump e se tornou um dos slogans mais repetidos
por seus seguidores nos comícios: "Construa o muro!".
Trump, além disso, jogava a pergunta
para o público: "E quem vai pagar por ele?". A resposta era sempre
a mesma: "O México!".
O que diz o presidente
eleito Trump: "Pode ser
que em alguns locais seja uma cerca".
O que seria um muro intransponível
pode se transformar em uma cerca em alguns trechos.
De qualquer maneira, o ex-prefeito
de Nova York Rudolph Giuliani, um dos conselheiros mais próximos a Trump,
afirma que o muro será construído mesmo que para isso seja necessária uma
ordem executiva, já que Trump "não vai quebrar uma promessa de
campanha".
É importante lembrar que já existem
muros e cercas em diversos pontos da fronteira entre Estados Unidos e México
que foram construídos por governos anteriores, inclusive o do atual
presidente Baracak Obama.
2. Deportação de
imigrantes sem documentos
O que disse o candidato Trump: "Os que entraram
ilegalmente têm que sair".
Durante a campanha, o bilionário
insistiu em repetidas ocasiões que propunha expulsar, no menor tempo
possível, os imigrantes sem documentos, estimados em 11,3 milhões nos Estados
Unidos.
O que disse o presidente
eleito Trump:
"O que vamos fazer é deter os criminosos e os que têm
antecedentes criminais (...) provavelmente dois milhões, talvez até três
milhões, e vamos tirá-los do país ou talvez prendê-los".
Conforme se aproximava o dia das
eleições, a posição do agora presidente eleito começou a ser suavizada aos
poucos.
Até que no último domingo (13), em
sua primeira entrevista para a televisão após a vitória, concedida à rede
"CBS", Trump confirmou que o plano havia sido reduzido à deportação
de entre dois e três milhões de pessoas, "criminosos com antecedentes,
membros de gangues, traficantes de drogas".
Organizações como o Instituto de
Política Migratória consideram que Trump pode ter dificuldades para encontrar
nos Estados Unidos de dois a três milhões de imigrantes ilegais e que tenham
antecedentes criminais.
O Instituto estima que a quantidade de
imigrantes nessa situação seja em torno de 890 mil, incluindo pessoas
processadas por terem cruzado a fronteira de forma ilegal.
3. Veto total aos muçulmanos
O que disse
o candidato Trump: "Pedirei que haja veto total à
entrada de muçulmanos nos Estados Unidos".
A "proposta" foi feita
durante um ato de campanha em dezembro de 2015, pouco depois do massacre de
San Bernardino, na Califórnia.
Trump disse que essa proibição total
à entrada de muçulmanos deveria ser mantida até que as autoridades americanas
pudessem investigar o que estava acontecendo.
O que diz o presidente eleito: "Deve haver um exame extremo e
minucioso de avaliação".
O que começou como um veto total
passou pouco depois a um "exame extremo" de cada muçulmano que
queira entrar nos Estados Unidos quando se tornou o candidato do Partido
Republicano.
Trump também falou sobre a suspensão
de um acordo de reciprocidade de vistos "com qualquer país em que não se
possa fazer uma revisão adequada, até que se possa implementar mecanismos
comprovados e eficazes".
Giuliani disse que a proibição
absoluta de entrada de cidadãos sírios está mantida.
4. Revogação e substituição
do Obamacare
O que disse o candidato: "A mudança real começa com a
imediata revogação do Obamacare".
Durante a campanha, o futuro
mandatário fez da revogação do Obamacare – mecanismo proposto pelo atual
presidente que dá acesso ao seguro de saúde a pessoas que não possam
financiar um plano privado.
Essa foi uma das propostas que Trump
mais enfatizou. Chegou inclusive a afirmar que o faria em seu primeiro dia
como presidente.
A legislação é repudiada pelos
republicanos, que alegam que ela impõe excessivos custos às empresas e supõe
uma intromissão indesejada do Estado nos assuntos de empresas privadas e de
indivíduos.
O que diz o presidente
eleito: "Parece
que isso é um dos seus pontos fortes, assim como a extensão da cobertura
a menores que vivem com seus pais, agrega custos, mas vamos tentar
manter".
Foi dessa maneira que Trump se
referiu a um dos aspectos-chave da reforma de Obama: que as seguradoras não
podem negar cobertura a pessoas por condições médicas pré-existentes.
Isso quer dizer que a visão
completamente negativa que o candidato parecia ter do Obamacare não é a mesma
do presidente eleito.
A mudança de opinião foi mostrada
durante a visita de Trump a Obama na Casa Branca, quando falaram do assunto.
5. Processo contra Hillary
Clinton
O que disse o
candidato: "Estaria presa".
Durante a campanha, outra frase
entre as mais repetidas era: "Prendam ela!".
Seus apoiadores queriam ver a
democrata Hillary Clinton presa por seu suposto uso de um servidor de e-mail
privado quando era secretária de Estado.
Trump estava mais que disposto a
apoiar seus pedidos, ou pelo menos começar uma nova investigação.
Durante o segundo debate
presidencial, ele disse a Clinton: "Se eu ganhar, vou dar instruções ao
meu procurador-geral para designar um promotor especial que investigue a sua
situação";
E em um dos momentos mais memoráveis
do encontro, Clinton disse que alguém com o temperamento de Trump não deveria
estar a cargo da aplicação da lei no país: "Porque você estaria
presa", respondeu.
O que diz o presidente eleito: "Temos com ela uma dívida
de gratidão".
O tom de Trump em relação a Clinton
deu uma guinada radical desde que ganhou as eleições.
Em seu discurso da vitória, Trump
felicitou Clinton por uma campanha tão disputada e acrescentou que o país tem
com ela "uma dívida de gratidão".
Depois, disse que "não tinha
dedicado muito tempo a pensar no tema do processo contra Clinton" e que
tinha outras prioridades.
Na entrevista à "CBS",
indicou que "vai pensar nisso" e acrescentou: "São boas
pessoas, não quero prejudicá-los".
6. Distanciamento da Otan
O que disse o candidato Trump: "Muitos dos países
da Otan não pagam o suficiente, e isso me incomoda porque se
os estamos defendendo pelo menos deveriam pagar por isso".
O republicano foi muito crítico da
Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) durante toda a campanha. Ele
a classificou como obsoleta e criticou o que considera falta de compromisso
financeiro dos aliados.
Ameaçou retirar o financiamento dos
Estados Unidos se os demais países não cumprirem suas obrigações econômicas.
Ao mesmo tempo, Trump enalteceu o
presidente da Rússia, Vladimir Putin, o que alarmou outros países.
Obama enfatizou que Trump manterá
seu compromisso com a Otan. O atual presidente explicou que, durante o
encontro na última quinta-feira (10), Trump indicou que não sairá da aliança
de décadas.
"Existe uma sucessão permanente
de eventos que flui sob as notícias do dia a dia e que nos torna esse país
tão indispensável quando se trata de manter a ordem e promover a prosperidade
no mundo", declarou Obama.
"Isso continuará sendo assim.
Em minha conversa com o presidente eleito, ele expressou um grande interesse
em nossa relação estratégica e, portanto, uma das mensagens que poderei levar
para a Europa é seu compromisso com a Otan, a aliança transatlântica".
Em relação às mudanças climáticas,
não foi divulgada mudança na postura de Trump, favorável à retirada dos
investimentos que os Estados Unidos se comprometeram a fazer com a
Organização das Nações Unidas.
Entretanto, ainda faltam mais de
dois meses para a posse do presidente eleito.
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