Medindo as Massas
No mesmo livro de
Simmons, página 34, ele diz:
“Já em 1911,
Einstein havia preconizado que a Luz de uma estrela, passando perto do Sol,
poderia ser desviada devido à grande massa deste. Em seguida percebeu que a
quantidade de curvatura era calculável. Assim, a estrela teria uma posição
verdadeira, mas vista da Terra haveria uma posição aparente devido ao
empenamento do espaço causado pela massa solar. A física clássica, tomando o
espaço como plano, daria um valor diferente para a curvatura da luz, que seria
a metade daquela apontada pela relatividade geral”.
Observe que os
físicos dizem que A MASSA DE REPOUSO do fóton é zero (mas a massa relativista -
do limite de velocidade, que é justamente a sua velocidade, c, no vácuo, de
cerca de 300 mil km/s, como se sabe - não é). Passando perto de um ponto ideal
gravitacional ela é deslocada uns tantos graus. Assim, se há uma estrela E
diante de nós, ela desvia Eδ (i) a luz que vem de trás dela e nos
atinge.
MOVIMENTO
PRÓPRIO DAS ESTRELAS
(vistas da Terra, em Isaac Asimov, Alpha
Centauri, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1981, original americano de
1976) em segundos de arco
ESTRELA MOVIMENTO
Alpha Centauri 3,682
Sirius 2,287
Acturus 1,324
Procyon 1,242
Altair 0,659
Pollux 0,623
Capella 0,437 (e segue, não importa)
Veja, se Sirius percorre 2,287”
(segundos de arco) por ano, para percorrer um círculo inteiro (360 graus x 60
minutos x 60 segundos = 1.296.000”/2,287 levaria quase 570 mil anos, e nós não
temos esse tempo para observar. Isso seria uma LINHA DE OCULTAMENTO das
estrelas colocadas por detrás, quer dizer, Sirius ocultará milhares de estrelas
de magnitudes variadas, e cada vez menores, conforme as distâncias, que se dão
em graduações de uns quatro anos-luz na periferia galáctica da Via Láctea, onde
estamos. Assim sendo, as luzes de muitas estrelas serão ocultadas
sucessivamente, e TODAS AS MASSAS DELAS PODERÃO SER MEDIDAS, pois suas posições
podem ser medidas antes e depois do ocultamento. Como em todas as direções do
céu teremos estrelas que se movem, colocadas idealmente no lado de dentro de
superfícies sucessivas de esferas, podemos medir as massas de todos os objetos
do céu, com alguma paciência.
Como é sabido, a luz é um DENOTADOR
TEMPORAL, ela mostra o tempo e não o espaço, quer dizer, ela mostra como
Andrômeda era há dois milhões de anos; porisso a medição será sempre das MASSAS
ANTIGAS, digamos da massa de Andrômeda há dois milhões de anos (o tanto que ela
já ejetou, até se eventualmente explodiu como supernova ou buraco branco, nós
não saberemos). Sabendo a massa da estrela saberemos também, pela subtração de
sua quantidade de rotação ou movimento angular, quanto de massa existe no restante
do sistema, concentrada no conjunto de planetas e satélites. Mais ainda, como
tudo é onda, tanto para o infravermelho quanto para as ondas de rádio, X e as
demais, sempre poderemos fazer tais cálculos; e o universo é mais permeável a
essas ondas que à luz.
Com ápice do cone na Terra, retração
do espalhamento para um e outro lado em dimensões marcadas por anos-luz (um ou
mais), enquanto curvas de nível, veremos as distâncias e as massas das
estrelas, podendo pelas equações deduzir outros dados físicos, e compor os
mapas celestes.
Vitória, segunda-feira, 30 de junho de
2003.
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