sexta-feira, 3 de março de 2017


Medindo as Massas

 

                            No mesmo livro de Simmons, página 34, ele diz:

                            “Já em 1911, Einstein havia preconizado que a Luz de uma estrela, passando perto do Sol, poderia ser desviada devido à grande massa deste. Em seguida percebeu que a quantidade de curvatura era calculável. Assim, a estrela teria uma posição verdadeira, mas vista da Terra haveria uma posição aparente devido ao empenamento do espaço causado pela massa solar. A física clássica, tomando o espaço como plano, daria um valor diferente para a curvatura da luz, que seria a metade daquela apontada pela relatividade geral”.

                            Observe que os físicos dizem que A MASSA DE REPOUSO do fóton é zero (mas a massa relativista - do limite de velocidade, que é justamente a sua velocidade, c, no vácuo, de cerca de 300 mil km/s, como se sabe - não é). Passando perto de um ponto ideal gravitacional ela é deslocada uns tantos graus. Assim, se há uma estrela E diante de nós, ela desvia Eδ (i) a luz que vem de trás dela e nos atinge.

MOVIMENTO PRÓPRIO DAS ESTRELAS (vistas da Terra, em Isaac Asimov, Alpha Centauri, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1981, original americano de 1976) em segundos de arco

ESTRELA                                     MOVIMENTO

Alpha Centauri                           3,682

Sirius                                             2,287

Acturus                                        1,324

Procyon                                       1,242

Altair                                             0,659

Pollux                                           0,623

Capella                                         0,437 (e segue, não importa)

Veja, se Sirius percorre 2,287” (segundos de arco) por ano, para percorrer um círculo inteiro (360 graus x 60 minutos x 60 segundos = 1.296.000”/2,287 levaria quase 570 mil anos, e nós não temos esse tempo para observar. Isso seria uma LINHA DE OCULTAMENTO das estrelas colocadas por detrás, quer dizer, Sirius ocultará milhares de estrelas de magnitudes variadas, e cada vez menores, conforme as distâncias, que se dão em graduações de uns quatro anos-luz na periferia galáctica da Via Láctea, onde estamos. Assim sendo, as luzes de muitas estrelas serão ocultadas sucessivamente, e TODAS AS MASSAS DELAS PODERÃO SER MEDIDAS, pois suas posições podem ser medidas antes e depois do ocultamento. Como em todas as direções do céu teremos estrelas que se movem, colocadas idealmente no lado de dentro de superfícies sucessivas de esferas, podemos medir as massas de todos os objetos do céu, com alguma paciência.

Como é sabido, a luz é um DENOTADOR TEMPORAL, ela mostra o tempo e não o espaço, quer dizer, ela mostra como Andrômeda era há dois milhões de anos; porisso a medição será sempre das MASSAS ANTIGAS, digamos da massa de Andrômeda há dois milhões de anos (o tanto que ela já ejetou, até se eventualmente explodiu como supernova ou buraco branco, nós não saberemos). Sabendo a massa da estrela saberemos também, pela subtração de sua quantidade de rotação ou movimento angular, quanto de massa existe no restante do sistema, concentrada no conjunto de planetas e satélites. Mais ainda, como tudo é onda, tanto para o infravermelho quanto para as ondas de rádio, X e as demais, sempre poderemos fazer tais cálculos; e o universo é mais permeável a essas ondas que à luz.

Com ápice do cone na Terra, retração do espalhamento para um e outro lado em dimensões marcadas por anos-luz (um ou mais), enquanto curvas de nível, veremos as distâncias e as massas das estrelas, podendo pelas equações deduzir outros dados físicos, e compor os mapas celestes.

Vitória, segunda-feira, 30 de junho de 2003.

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