Os
Motoqueiros Fantasmas da Máfia Contra os Zumbis Vampiros da Yakuza
Meu filho viu filme e resumiu de modo que não
recorda: encompridei para o título, visando retratar o livro de Fábio M.
Barreto, Filhos do Fim do Mundo, Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2013.
Não acredito no lema “se não tem nada de bom
para dizer, não diga nada” porque, fosse assim, não poderíamos comentar os
livros malignos ofensivos às famílias e às crianças ou as tramas perversas de
Hellwood, que visam implantar costumes sórdidos (já listei isso, vá ler). Contudo,
procuro ardentemente algo de bom e significativo em tudo e neste livro
encontrei isto:
1. Não foi escrito em
ideogramas, teria sido muito mais difícil ler;
2. Não é em língua
estrangeira, poderia ter sido traduzido.
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O LIVRO.
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O AUTOR.
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O tema é espantoso: todos com menos de um ano
de idade morrem (crianças, primatas, animais, plantas, fungos, arquea) e os que
vão nascendo morrem também, até certo dia no fim do livro em que nasce o
primeiro vivo, filho do jornalista. Também é notável o jornalista ser chamado
de Jornalista, o médico de Médico e assim por diante. Não sei se alguém pensou
que sem fungos e bactérias (boas e más, existem 100 trilhões em 2,0 kg em nosso
trato intestinal, nossa flora bacteriana fundamental; tem ciclo vital
curtíssimo, reproduzem-se a velocidades extraordinárias) morreríamos, não
teríamos mais queijos e cervejas e nada fermentado; sem as abelhas (desapareceram
em parte, veja na Web que os EUA fizeram do sumiço de 40 % delas questão de Estado)
sumiriam as amêndoas e as flores, com estas inúmeros produtos; moscas e
mosquitos (em parte seria bom, mas isso levaria ao sumiço de sapos e vários
outros). Enfim, a Rede Vital que nos ampara entraria em colapso. Na realidade,
o livro dele é excelente exercício para os biólogos-p.2 e mostra como podemos
ser tolos em nossas hipóteses. Não há explicação nenhuma de porque todos os de
menos de um ano morreram e porque recomeçam os nascimentos.
Poderia ficar horas aqui escrevendo detalhes.
O estilo é truncado, com muitos pontos,
diferentemente dos grandes autores (escrevo assim, mas são artigos curtinhos,
uma página, porque se trata de escrever e sair, deixar a ideia sem alongamentos
e floreios).
Lá pelas tantas, aparecem zumbis, que ficamos
sabendo não serem realmente zumbis e sim um casal presente em batida de carro,
donde saiu carregando um braço ensanguentado (talvez na expectativa de
recolocação, não diz). Muitos tiroteios, muitas mortes.
Arre! Li até o fim, foi doloroso.
Vitória, terça-feira, 13 de dezembro de 2016.
GAVA.


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