Computação Paralela
Num livro de ficção,
passagem que citei depois, o autor diz que quando fazemos uma coisa de um jeito
fica assim para sempre. É bom para lembrar-nos que devemos redobrar a nossa
atenção, mas não é necessariamente assim.
Contudo, como
começaram a gravar dados em círculos (disquetes, CD’s e zip-drivers), tem
continuado assim por muito tempo.
Não precisa
continuar a ser assim.
Imagine uma
quantidade de cilindros, colocados os menores dentro dos maiores, todos tendo o
mesmo eixo, e tão compactos que o corte da superfície alinhada de todos eles,
seja o equivalente ao círculo que vemos comumente. Agora retorne, separe os
cilindros e veja-os como tendo a mesma altura A.
Cada cilindro
separado poderia ser de DENSIDADE SIMPLES, se escrito numa face só, externa ou
interna, ou de DENSIDADE DUPLA, se em ambas. Aberto o cilindro teríamos uma
folha, como uma paisagem ou um TV Wide Screen (tela larga). Nas folhas de
livros, podemos ler de quatro modos NAS LINHAS: 1) de cima para baixo: a) da esquerda para a direita, modo ocidental,
b) da direita para esquerda; 2) de baixo
para cima: c) da esquerda para a direta, d) da direita para a esquerda.
Podemos ler do começo para o fim, ou vice-versa, numa pilha de folhas, como num
livro. E outro tanto NAS COLUNAS. Ainda podemos ler cada palavra da esquerda
para a direita, e contrariamente. São dez modos.
Um robô poderia
fazer isso, mas um ser humano não. A fita de leitura correria da esquerda para
a direita, ou o contrário, enquanto uma luz de laser desceria para a linha
seguinte.
Agora, podemos
dividir a folha em colunas, digamos até quatro, e podemos dividir a folha em si
em quatro partes, de modo que ela teria dezesseis colunas, com dezesseis robôs.
E até aqui temos
pensado na folha como plana.
Mas as leituras
podem ser: 1) pontuais, 2) lineares, 3) planas e 4) espaciais. São lineares
(numa espiral) as dos laseres dos atuais CD’s e CD’s-ROM’s, seja do centro para
a periferia, seja o inverso. Seriam planas essas que citei. Mas elas podem ter
pequenas reentrâncias, de tal maneira que a folha seria um sólido com “p”
patamares sendo lidos em cima, na frente e em baixo, com dois outros robôs.
Finalmente as linhas podem ser lidas na ida e na volta.
Nós lemos uma linha
só de cada vez da esquerda para a direita, depois voltamos à esquerda e mudamos
para a situada mais abaixo. Mas, para aumentar o rendimento da máquina, ela
poderia ler ao ir e ao vir.
Agora temos 14 modos.
E, em vez de serem
cilindros, poderíamos ter prismas de corte reto triangular, quadrangular,
pentagonal, hexagonal, etc., com 3, 4, 5, 6.... “n” faces/folhas. Em vez de ter
somente uma folha, como no cilindro, o número seria multiplicado por três do
prisma de base triangular eqüilátera. Com mais robôs, evidente.
Contando:
-- dupla densidade:
2;
-- ida-e-volta: 2;
-- quatro colunas:
4;
-- quatro folhas: 4;
-- profundidade: 2.
Só aí já são 128
computadores num só.
Depois
multiplicaríamos por 3, 4, 5, 6, ..., “n”, para as figuras geométricas planas,
podendo ter, digamos 100 ou 1000 folhas, conforme a capacidade tecnológica.
Digamos 100 – já são 12.800 máquinas.
Um ganho adicional
seria obtido com a colocação dos prismas ou cilindros dentro uns dos outros.
Embora a capacidade fosse diminuindo, ainda assim poderia ser o dobro ou o
triplo, neste caso 38.400 micros.
Veja que a leitura
atual da superfície do disco é feita por feixes de luz que incidem em buracos
mais ou menos compridos, lendo seus comprimentos ou áreas, não sei, sempre
segundo o sistema binário. Se fossem usadas as figuras geométricas regulares
(triângulos, quadrados, etc.), poderíamos subir a base (ponto é zero, linha é
um, triângulo é dois, quadrado é três – nisso dando base quatro), ligada à base
binária de máquina, para processamento linear-digital, como é agora, pela
grande velocidade. Isso segundo as formas de cada um, quer dizer, suas áreas,
porque ainda podem ser aproveitados os comprimentos dos lados, os diâmetros e
os perímetros, e os volumes, neste caso dependendo do tempo e resposta do
laser, uma medição muito sensível, dado que as profundidades seriam minúsculas.
Seria preciso avaliar qual o multiplicador aqui.
Os neurônios no
nosso cérebro têm até 100 mil portas paralelas, mas já chegamos ou
ultrapassamos essa meta. E isso NUMA ÚNICA MÁQUINA, podendo ser enfileiradas
milhares ou milhões delas, até bilhões, em processamento não-linear, analógico,
não-digital, com a criação de programáquinas mais poderosas que qualquer
cérebro humano, podendo sonhar, intuir, ter inteligência, emoções, o que fosse,
e aprendendo com velocidade cibernética/informacional, quer dizer, unindo as
velocidades dos robôs da cibernética com as velocidades de processamento
digital de hoje. Os japoneses acabam de apresentar (2002) um supercomputador 45
mil vezes tão veloz quanto um micro de 2,0 gigahertz.
Sem contar o
multiplicador de superfície (pelas figuras), teríamos 38 mil x 45 mil = 1,7
bilhão de vezes; isso, dividido por 100.000 portas, já daria a capacidade de 17
mil neurônios. Parece pouco, se você esquecer que um micro já funciona a dois
bilhões de hertz ou ciclos. Se temos 10 bilhões de neurônios, a multiplicação
ou conjugação acima de velocidade (digital: noventa bilhões, supercomputador
japonês) com capacidade (analógica: 38 mil micros) nos daria
processamento-duplo de 3,4 mil cérebros humanos NUMA ÚNICA MÁQUINA de 45 mil x
2 GHz = 90 mil GHz. Bastaria 1,8 milhão de programáquinas destas para equivaler
ao potencial de todos os seres humanos, inclusive as crianças (que não o tem
desenvolvido em totalidade) e os velhos (onde ele está declinando). Se
descontarmos metade da humanidade, bastariam menos de um milhão de
programáquinas paralelas/digitais dessas, inteiramente factível, e não em 1000
anos, mas somente em vinte ou trinta. Sem falar que os programáquinas podem começar
a construir outros, refinando o processo continuamente, e miniaturizando tudo
enquanto isso.
Além disso, como eu
disse num outro texto, os circuitos lógicos podem ser desenhados na própria
memória, a cada necessidade, desaparecendo com o uso, em lugar de serem
permanentes, como agora, estando impressos na placa-mãe. Não esquecendo que o
elétron viaja a no máximo 100 mil km/s, enquanto a luz (do leitor a laser) o
faz a três vezes isso, daí mais um multiplicador 3, reduzindo o projeto a 300
mil programáquinas do tipo descrito, fora os problemas que vão surgir,
reduzindo o rendimento.
O problema não é que
a humanidade não seja ultrapassável, a questão é justamente a oposta. Mais
depressa do que imaginamos, estamos na iminência de sê-lo.
E não há como
evitar, a busca de eficiência nos levará até lá.
Vitória, segunda-feira,
29 de abril de 2002.
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