Uma Proposta de
Construção
Depois que nosso
salário começou a subir em 1995 e antes que todos houvessem se acostumado com o
novo patamar de gastos e permissões, comuniquei a nosso amigo PFR e ao
Sindifiscal o que era a antecessora desta idéia mais definida.
Como exemplo,
imagine um terreno de mil metros quadrados de área construída, em cima dando
três (porque somos minha filha Clara, meu filho Gabriel e eu – você pode
escolher seu número) apartamentos de área totalmente aproveitada em cima, com
um sendo cobertura, e “n” deles em baixo, digamos 10 de 100 m2, área
bastante razoável em Jardim da Penha, onde em geral eles têm 70 m2.
Se ainda está
valendo o dado que tenho em mente de 400 reais por metro quadrado, os três de
cima ficariam por 400 mil x 3 = 1.200 mil, ao passo que três de baixo também,
somando 2.400 mil, divididos pelos 3 x 10 = 30 apartamentos de baixo, 2.400/30
= 80 mil cada, um preço bastante “salgado” para os médios-baixos, pobres que
querem se dizer classe média (são, mas baixa). Se os de baixo forem seis
andares x 10 = 60 apartamentos, o total rateado seria de 3.600 mil divididos
por 60 no máximo 60 mil, mais confortável. Se forem 12 andares, 12 x 100 x 400
= 4,8 milhões, mais 1,2 milhão de cima 6,0 milhões no total, divididos por 120
= 50 mil cada, ainda mais fácil de financiar.
A REGRA
APARTAMENTOS
|
M2
|
TOTAL DE
APARTAMENTOS
|
VALOR COLETIVO
(Milhares de reais)
|
CUSTO INDIVIDUAL
(Idem)
|
De cima (3)
|
1000
|
3
|
1.200
|
1.200
|
De baixo (3)
|
100
|
+ 3 X 10 = 30
|
+ 1.200=2.400
|
80
|
De baixo (6)
|
100
|
+ 6 X 10 = 60
|
+ 2.400=3.600
|
60
|
De baixo (12)
|
100
|
+ 12 X 10 = 120
|
+ 4.800=6.000
|
50
|
De baixo (24)
|
100
|
+ 24 X 10 = 240
|
+ 9.600=10.800
|
45
|
Veja que o ganho de
escala vai reduzindo de 80 para 60 (20 mil, 25 % a menos), de 60 para 50 (10
mil, mais 1/6 ou 16 % a menos), de 50 para 45 (5 mil, 1/10, apenas 10 % a menos),
mas o número de andares vai subindo de 6 para 9, 15, 27, tornando-se prédios
progressivamente mais caros, de modo que a solução ótima parece estar entre 6 e
9, mais próxima de seis.
Além disso, seria
preciso ter elevadores separados apenas no sentido de conservar a privacidade,
sem ser antipático, o que seria péssimo para os negócios, bem como área
independente de família, sem ser segregacionista, no entanto compartilhando
tudo que for compartilhável, como verdadeiros vizinhos.
De preferência ter
isso que chamei de resort no campo, um prédio retirado da área urbana, com
todos os privilégios de segurança, com área enorme de vida coletiva para as
crianças e adultos, com câmaras de segurança, com piscinas, com Internet de
banda larga 24 horas, com churrasqueiras e clube social, com lavanderias, com
oficinas, com lavadores de carros, com uma série de serviços, mais uma mata
toda especial, natural ou recomposta, até com lago. O que se ganharia em preço
de terreno seria empregado nisso.
Evidentemente as
pessoas já constroem há muito tempo o seu à custa de outros (meu pensamento é
que é de agora, neste caso), que pagam o preço do capital financiando o que
está acima. Seria preciso o capitalista ter 2,4 milhões na opção de seis
andares, para empregar logo e ir recuperando aos poucos na venda dos 30
apartamentos, cada um a 80 mil. Capacidade de bancar é claro, não é para
qualquer um.
O que se obteria
seriam três superapartamentos de mil metros quadrados cada, sendo uma
supercobertura magnífica, “de graça”, apenas tendo capacidade empreendedora.
Uma vez tendo começado não pararia nunca mais, acumulando para toda a
superfamília (filhos, netos, bisnetos, o que fosse) ou para vender e fazer mais
dinheiro, apenas tendo que se organizar para construir.
Uma nova modalidade
de construção no campo, supostamente uma coletividade feliz, protegida pelo
superpoder acima posto, vantagens inegáveis para os compradores. Se será uma
troca justa só o futuro dirá.
Vitória, domingo, 06
de abril de 2003.
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