Simples Diques
No Conhecer (edição
de 1967) citado, vol. 4, p. 764 está escrito:
“Um dos meios mais
simples de controlar e aproveitar a água é construir um dique. Este não passa de
uma parede (de terra, pedra, concreto, aço ou madeira) para bloquear
a corrente natural do rio”, negritos e coloridos meus.
Quem vê as tremendas
represas de nossos dias, passados apenas 36 anos das edições italiana e
brasileira, e sabe das grandes quantidades de materiais usados nas construções,
o imenso volume de terra removido e deslocado, o tempo gasto nas operações, os
cálculos dos engenheiros, as máquinas formidáveis que são colocadas para
transformar a energia mecânica advinda da gravidade em energia elétrica, pode
dizer que os diques são tudo, menos simples.
Na realidade eles
são pavorosamente complexos e a mera descrição de sua construção em papel
tomaria, sei lá, centenas de páginas, cada frase significando uma operação
demorada. Aquela “parede” deve suportar o peso de sucessivas lâminas planas de
água, que se sobrepõe umas às outras, cada uma tendo quilômetros quadrados:
parte da força se exerce para baixo, contra o terreno de fundo, e parte se
exerce para frente, contra tal “parede”, que é extraordinário paredão, de
muitas dezenas de metros de largura até, segurando tão tremenda massa de água,
que pode chegar até a bilhões de metros cúbicos (cada um dos quais com massa de
uma tonelada).
Essas “paredes” não
são “simples” coisa nenhuma. Na realidade, constituem demonstrações do poder do
espírito humano, em termos psicológicos gerais, mais especialmente
socioeconômico ou produtivorganizativo. São celebrações de até onde a vontade
humana pode chegar, quando quer, por exemplo, em Itaipu, entre Paraguai e
Brasil, ou em Três Gargantas, na China.
Por si só deveriam
servir de tour cultural para todas as pessoas, especialmente os estudantes.
Vitória,
segunda-feira, 14 de abril de 2003.
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