terça-feira, 14 de fevereiro de 2017


Redemocratização do ES

 

                            Desde a Grécia o poder já não é exercido diretamente, a partir de uma assembléia dos cidadãos (e lá só participavam os homens, excluídos as mulheres, os escravos e estrangeiros – era uma democracia muito parcial) que ouvem e votam. Obviamente não daria para escutar os 3,2 milhões de capixabas.

                            Agora, tendo sido construído o novo prédio da Assembléia Legislativa no Aterro da Praia do Suá, defronte ao Shopping Vitória, é possível organizar ainda mais para levar os deputados a realizar microassembléias por microrregiões. Colocando os vereadores para realizar assembléias nos bairros e distrito, o que agradará sobremaneira a eles, o resultado será impresso a partir de cada município/cidade. Reunidas várias delas, digamos seis ou sete – sendo 78 municípios em 2003, podemos contar que uma divisão útil seja do décimo, 1/10, ou 7,8 municípios/cidades por grupo, podemos tomar como oito municípios/cidades por grupo, ou até 1/12, seis -, pode-se promover a construção de FÓRUNS DE DISCUSSÕES OU DEBATES a que iriam todos os cidadãos, votantes ou não, até crianças acima da idade do entendimento, sete anos. Tais construções teriam as cores do ES, sendo cúpulas características com locais de estacionamento, com tribuna, com jornal associado, podendo receber a mídia (Rádio, TV, Revista, Jornal, Livro/Editoria, Internet), com restaurante e lanchonetes, fácil acesso, banda larga, inscrições para as falações, biblioteca, arquivos, controle remoto pela ALES (Assembléia Legislativa do ES).

                            Daí, sendo 30 os deputados estaduais, e supostos seis os grupos, cada grupo receberia cinco deputados, os mais identificados com a microrregião, ou alternando-se, para entrar nos grupos eleitorais uns dos outros, com certeza dando oportunidades de expressão aos que pretendem se lançar no futuro. Em vez de UM FOCO centralizado na Grande Vitória, SEIS OU OITO espalhados por toda parte. Como dos 3,2 milhões de habitantes 1,3 milhão ou 41 % se colocam na GV, o 1,9 milhão que sobra (contando um grupo de sete cidades na GV: Vitória, Cariacica, Serra, Vila Velha e Viana, e agora Fundão e Guarapari) em 71 municípios nos daria média de 27 mil por município, um grupo de seis dando 160 mil.

                            O tempo da ALES seria dividido em duas partes: 1) trabalho interno de segunda a quarta, em Vitória 2) trabalho externo de quinta a sábado, nos redutos do interior, ouvindo diretamente os eleitores e as pessoas todas.

                            Veja que cada grupo de cinco deputados levaria uns tantos assessores, que já são os seus, lotados em seus gabinetes, mais alguns do Corpo de Conhecimento da ALES. Todos eles fariam anotações, votariam as questões, dariam respostas no retorno, cobrariam providências da Presidência da Casa e da Mesa Diretora da ALES, publicariam artigos no jornal da Assembléia, se houver, ou em revista própria, ou se dirigiriam à imprensa. Recolheriam os problemas do povo e das elites, dos empresários, dos governantes e legisladores locais, iriam nos bairros e distritos ouvir diretamente, dariam atenção aos prefeitos e vereadores, conversariam diretamente com os trabalhadores e sindicatos, iriam à roça, ao campo mesmo, às plantações, explanariam o andamento das questões locais e das outras microrregiões, andariam nas estradas, visitariam as favelas, conversariam diuturnamente com os eleitores.

                            Para realmente renderem os trabalhos, haveria na ALES DOIS TURNOS, um de manhã e outro de tarde, tanto interna quanto externamente, isto é, tanto na sede da ALES em Vitória quanto em suas correspondentes locais. A vida dos deputados estaria MUITO MAIS ocupada e seria dimensionalmente muito mais emocionante também.

                            Veja que, descontando o mês de recesso de 15 de julho a 15 de agosto e os dois meses de 15 de dezembro a 15 de fevereiro, ainda sobram nove meses; tirando os domingos teríamos agora 9 meses x 30 dias/mês (em média) = 270 dias, – 50 (são 52, mas vamos simplificar) domingos = 220 dias, metade dos quais internos e metade externos, 110 dias cada: 110 dias x seis horas/dia = 660 horas/ano DE CONTATO MUITO PRÓXIMO.

                            Essa seria a redemocratização do ES.

                            Ouvindo o povelite/nação encostadinho mesmo ao ouvido. Respondendo de pronto, indivíduo-a-indivíduo, sem retardo, sem postergação, de viva-voz.

                            Devemos receber um tanto como entrada mais um valor a cada mês que transcorrer o processo de implantação.

                            Vitória, sábado, 19 de abril de 2003.

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