Sacerdote, Rei,
Magistrado
No livro da série Antologia de Vidas Célebres (Hermes,
Orfeu, Teseu, Rômulo), São Paulo, Logos, 1960, o autor diz, p. 31, falando da
época mítica de Hermes, lá por três mil antes de Cristo: “tipifica, por assim
dizer, uma época em que o sacerdócio, a magistratura e a realeza se encontravam
reunidos num só corpo governante”.
Acontece que pela Rede Cognata
sacerdote = POLÍTICO = SUJEIRA = PIRÂMIDE = HORIZONTE = PLANETA = PADRE, etc.,
uma profusão de cognatos, não sei por que.
UM
QUADRO COMPARATIVO
ANTIGAMENTE
(Ofício/agentes)
|
CONTEMPORANEAMENTE
(Poder/mandatário)
|
Sacerdócio/sacerdotes
|
Legislativo/político
|
Magistratura/juízes
|
Judiciário/juiz
|
Realeza/reis
|
Executivo/governante
|
Como você pode ver, mudaram apenas os
nomes, continua em cena a mesma peça que nos pregam, ou em que nos pregam na
cruz. O que o Iluminismo fez foi tornar os poderes manifestos e “independentes”
entre si, ou seja, aconselhou-os a camuflar a dependência e os favores mútuos.
Não é engraçado, isso? Se não fosse a RC eu nunca teria reparado.
Os escribas, que aí não constam, são
os intelectuais de agora, faltando também os militares, havendo quatro classes
no modelo (operários, intelectuais, financistas, militares), com um centro
burocrático. No caso do Estado, antigamente como agora, esse trio de
sacertodes/magistrados/reis e de políticos/juizes/governantes constitui a
burocracia, enquanto por fora os escritas ou intelectuais estão encostadinhos
por sua utilidade no trato da língua e da cultura, os guerreiros ou militares
estão pegadinhos por sua competência com a administração da morte aos inimigos
do regime, os acumuladores ou financistas por sua aptidão em lidar com a
extração de trabalho alheio, sobrando os operários, que antes como agora estão
destinados a erguer as montanhas de pedra.
Ai, ai, muda, muda e não muda nada.
Vitória, domingo, 06 de abril de 2003.
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