Renúncia à Sabedoria
Numa reportagem do
Globo Ecologia na manhã de sábado, 22.03.2003 um rapaz entrevistado na
Amazônica, em particular no Amazonas, talvez biólogo, disse que os pescadores
na região na época do “defeso” do peixe quando perguntados porque não devem
pescar o Pirarucu de menos de 1,5 m respondem que é porque “é proibido”, não
conhecendo as causas.
Essa é a distância
entre a democracia e a autonomia, e a ditadura e a renúncia à liberdade.
Será porque se situa
em lugar remoto, onde o rio Amazonas ainda é Solimões, lá na cidade ribeirinha
de Tabatinga, extremo oeste do Brasil?
Compreendi no modelo
que não, há sempre 2,5 % de superzelosos da liberdade, 47, % que a apreciam,
47,5 % que não dão bola e 2,5 % que só ficarão felizes subjugados. A disputa é
50/50 num ciclo de soma zero e em algum tempo a ditadura voltará para
infernizar as vidas dos livres. Porisso que realmente o preço da liberdade é a
eterna vigilância; porém, quanto mais se tenta mantê-la mais migramos para o
outro lado. Claro, vamos permanecer em luta, independentemente de qualquer
resposta, mas será assim: no mundo, contando os livres e os prisioneiros, creio
que os números de países, de gentes, de quaisquer conjuntos de uns e outros
serão aproximadamente iguais, como o de homens e o de mulheres.
Uns renunciarão à
liberdade, enquanto outros renunciarão à sabedoria. Como são componentes de
pares polares opostos/complementares diferentes, haverá os sábios que
renunciarão à liberdade. Tomando como exemplo os EUA, que se autoproclamam
“terra dos livres”, serão um dia prisioneiros - e quanto mais eles mergulharem
nas trevas da prisão mais falarão de sua liberdade desaparecida.
Estranho mundo, mas
agora facilmente compreensível.
Vitória, sábado, 22
de março de 2003.
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