Refrescância d’Alma
Interior e cidade,
área do campo e área urbana devem mesmo estar sempre separadas, a tranquilidade
da roça opondo-se e complementando a quentura das zonas densamente habitadas. A
essa correria das grandes e das megacidades deve opor-se a tremenda
simplicidade e falta de malícia do mato.
Pela lógica, o
restante do território cercando a capital ela deveria ser o interior, enquanto
fora dela estaria politicamente o exterior. Entretanto, é interior lá em razão
de não ter contato direto com o mundo de fora, enquanto as capitais sim, a
capital para o restante do estado, cada cidade em relação aos distritos que a
rodeiam, até mesmo a área do distrito da sede. Podemos colocar patamares de
tranqüilidade, visando preservá-los das invasões dos citadinos destruidores.
Desde quando
começamos a pensar em melhorar o Distrito de Burarama, interior da cidade de
Cachoeiro de Itapemirim, município de mesmo nome, queriam tirar um curral na
entrada do Patrimônio, bem como emancipá-lo, ao que fui contra, em ambas as
ocasiões. Já temos cidades demais, com todo esse CALOR DE CORRERIA, esse pânico
que toma conta de todas essas almas acaloradíssimas do fazer. Falta às cidades
essas refrescância, a qualidade do que refresca, essa refrigerância, a
qualidade do que refrigera, acalma nossas almas, nos descansa, nos apascenta.
Essa ânsia de
transformar os distritos em cidades não é mais bem-vinda, como foi noutros
tempos. Deve cessar por largo tempo.
Vitória,
terça-feira, 18 de fevereiro de 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário