terça-feira, 7 de fevereiro de 2017


Poucas Aplicações Úteis

 

                            Ainda de Feymann, página 36:

                            “Todavia, em contraste com as outras leis da física, o conhecimento da lei da gravitação tem relativamente poucas aplicações úteis. (...) As únicas aplicações da lei da gravitação que consigo lembrar-me encontram-se na prospecção geofísica, na previsão das marés e, nos nossos dias, no cálculo do movimento dos satélites, sondas planetárias, etc., que enviamos para o espaço; e, por último, também na actualidade, na previsão das posições dos planetas, que é bastante útil para os astrólogos publicarem os horóscopos nas revistas”.

                            Veja que ele não diz “lei da gravidade” e sim “conhecimento da lei da gravidade”, pois a gravidade tem muitíssimas aplicações.

                            Mesmo da lei da gravidade, cita diretamente:

1.       A prospecção geofísica, que responde pela busca do petróleo e do gás, além de água dos lençóis subterrâneos, os grandes aqüíferos, por exemplo, o aqüífero do Paraguai;

2.      A previsão das marés, que ajuda os barcos pesqueiros em sua saída e entrada nos portos, fora as demais embarcações de transportes de cargas e de lazer;

3.      O cálculo do movimento dos satélites, que nos permite colocar centenas e até mesmo milhares deles lá em cima, para todo tipo de serviço, de TV a Internet, de transmissão de dados bancários aos de ações das bolsas, etc.;

4.     A posição dos planetas não serve somente à astrologia, que é divertimento não só para quem crê como para quem não crê, e ainda para o apontamento dos telescópios e a chegada das sondas de pesquisa.

Isso é pouco?

E essas são as aplicações de que Feymann se lembrava. Embora fosse um físico formidável, naturalmente a memória de qualquer um, falha.

Quantas aplicações cada coisa comporta?

A gente nunca fez questão de juntar pessoas para vasculhar a memória humana em busca de todo tipo de serviço que as coisas nos prestam. A Vida geral é mesmo coisa formidável, se mesmo os grandes seres humanos não podem alcançar a sua totalidade, suas mais extremas possibilidades (isso é um índice de liberdade, pensando bem!).

Vitória, terça-feira, 18 de março de 2003.

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