Os Outros
Olhando
o entrelaçamento das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e dos
AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo), podemos perceber a
importância da fala de Jesus: “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (já
comentei tal frase de vários modos). E já disse também que como tudo vem em
círculos no retorno os outros dos outros somos nós mesmos.
É
claro que existem os outros, no conjunto dos pares polares
opostos/complementares. Os outros são todos que não somos nós. Os outros da
minha família são as outras famílias. É que desejo frisar o caráter de
complementação, quando durante tanto tempo foi (in) justamente afirmado o
oposto, a oposição. Não vamos esquecer que por vezes sem aparentemente quê nem
para quê alguém se sente nosso inimigo. Sabe-se lá o que para aquela pessoa, em
sua mente, sem que jamais o tenhamos querido, ficou como prática ruim de nossa
parte. E vice-versa. Quantos acidentes aconteceram que motivaram indevidamente
retaliações?
É
porque os outros são OS OUTROS, frios, distantes, perversos, inimigos
gratuitos, malvados, feios, pervertidos e outras classificações, que Bush,
chamado Frankenstein Jr., está lançando essa guerra, e os árabes fizeram, estão
fazendo e ainda farão aquela abestalhada Jihad, a guerra santa contra os
“infiéis”. Se soubéssemos mais uns dos outros veríamos gente que como nós gosta
de prosear, de passear com os filhos, de espadanar na água, de rir, de brincar
com o cachorro, de comer, de contar piadas, todas as coisas que os seres humanos
fazem, como sinal de igualdade, com algumas predileções ou diferenças, no fundo
inofensivas.
Se
nós soubéssemos ver isso, os nós nos outros, e os outros a nós neles, seríamos
felizes. Mas o modelo, tristemente, diz que tudo é a soma zero, os 50/50 inescapáveis
e turbulentos. Assim sendo ainda continuará a haver sobrelevação dos sinais das
diferenças nos OUTROS e as guerras persistirão eternamente.
Vitória,
quarta-feira, 19 de março de 2003.
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