quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017


Parafuso Pentágono

 

                            A Veja edição 1.795, ano 36, nº 12, 26 de março de 2003, fala na reportagem A Máquina de Guerra, p. 59 e seguintes, do que nos EUA é conhecido com o nome do título, o fato de que os parafusos encontrados lá no comércio por 50 centavos aparecerem nos relatórios do Pentágono como custando 76 centavos, mais de 50 % mais caro.

                            Creio até que parte desse dinheiro não seja da “caixinha”, pois os EUA vigiam mais e melhor, e punem, o que desencoraja tantos, embora possa ter havido casos de enriquecimento ilícito de militares e seus apaniguados, seus favoritos, em toda parte, inclusive por lá. Acredito que seja SOMBRA MILITAR, aquele tanto de dinheiro que é desviado para operações ilegais, nacionalistas, de proteção a qualquer custo. Quanto dinheiro estará sendo guardado para defesa americana? Vale até um filme, na seqüência de A Senha, Swordfish (espadarte, peixe-espada).

                            Entrementes, essa coisa nos permite fazer a pergunta incômoda e dolorosa: quanto dinheiro é a cada ano desviado em todo mundo através de operações militares, seja em proveito de PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas), seja das instituições e suas crenças, fascistas ou não?

                            Evidentemente uma investigação dessas não será bem-vinda, porque levantará a lebre: qual a dimensão dessa sombra? Quão perniciosa ela pode se tornar, se ofendida? Quão longo é seu braço, em termos de matar opositores em todo o mundo? Como pode ser obstada, bloqueada? Quem seria capaz de defender-se dela, em qualquer circunstância?

                            As coisas soam menos simples até do que pensávamos fosse uma complexidade já de si indesejada.

                            Grande é Golias e mais longa ainda sua sombra.

                            Vitória, domingo, 23 de março de 2003.

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