Os Três Poderes
Todos sabem que
existem três poderes (menos Fernandinho Beira-Mar, que acha que é o quarto):
Executivo, Legislativo e Judiciário, a partir da Revolução Francesa de 1789 e
desde antes, das discussões dos Iluministas.
Dos três o Executivo
é o mais em evidência, mas o menos importante, PORQUE qualquer um pode
executar: se faltar esse poder qualquer um dos outros dois pode assumi-lo,
tanto assim que o fazem, quando falta, digamos, o presidente da República,
assumindo o presidente do Congresso, depois o presidente do Supremo. O
executivo é como a superfície das coisas – se ela for arranhada nem porisso
finda a existência do ser. Fica a marca, mas ninguém morre de uma cicatriz.
Depois vem o
Legislativo, que é o veículo da construção da nacionalidade, através do
planejamento e votação (definição) de todos os direitos (e conseqüentemente de
todos os tortos, de todas as marginalidades – quanto maior o número de
legalizações maior o de marginalizações: é porisso que não se devem fazer muitas
leis, como diz o TAO). Entretanto, embora importante, o Legislativo é só o
veículo que conduz, ele não é o motorista.
Mais interno, menos
evidente, vem o mais importante dos poderes, o Judiciário, porque ele deve
interpretar as leis, dizer até onde o Executivo pode executar e em que medida
as leis do Legislativo são legais, quer dizer, qual a sua conformação (sua
con-form/ação, ato permanente de con-formar). O Judiciário dá forma final ao
Estado, quer dizer, àquela forma especial de estatuir, de constituir estatuto
nacional no país. Evidentemente o Judiciário é o poder fundamental, o poder
conceitual, não formal, daí a necessidade de vigiar e punir terminalmente os
juizes (juiz = DESVIO, na Rede Cognata), quando de qualquer desvio da retidão.
O juizado é a última barreira na existência de qualquer conjunto.
Eis quando, na
Itália primeiro, agora no Brasil a Máfia atacou em São Paulo e no Espírito
Santo, matando em cada estado um juiz. A esposa do juiz de SP identificou
prontamente que se tratava de um ataque ao Estado. Mas, qual? Digo que o mais
central, o mais fundamental. Já é muito ruim quando atacam um executivo do
Estado, quando ferem um legislador, mas quando atingem um juiz o Estado está à
beira da falência.
Sem falar no cidadão
comum, num final de semana próximo mais de vinte assassinados na Grande
Vitória. É um acinte total, esse Estado brasileiro em sua debilidade,
fragilidade, pusilanimidade.
Vitória,
terça-feira, 25 de março de 2003.
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