Os Ratos Aprisionados
Eike Batista foi
condenado a 44 anos de prisão e Sérgio Cabral a 50 anos na soma das penas.
Evidentemente elas não serão cumpridas até o fim, até porque, para começar, não
pode haver prisão por mais de 30 anos de uma vez só.
Depois, eles não
ficam mesmo esse tanto, há advogados (Deus-i-Natureza deve ter tido um motivo
para cria-los, os caminhos de i são insondáveis, deve haver algum proveito, só
é difícil de alcançar) que os tiram e reduzem a pena, à custa de muito dinheiro
que, afinal de contas, fomos nós que produzimos, pois sairá de suas contas nos
infernos fiscais, para onde foi levado o que tiraram de nós.
Talvez fiquem alguns
anos em cárcere, depois liberdade condicional (tem de ir dormir na prisão – não
se pode dizer que seja), depois liberdade vigiada por tornozeleira eletrônica (também
não é total) e segue, até o retorno manchadíssimo à coletividade livre,
vergonha para a esposa, os filhos (sofrerão implicância nas escolas, filhos de ladrão),
os poucos amigos que restaram (a maior parte fugirá, mandará dizer que não
está), pai e mãe, os desconhecidos, qualquer um na rua (serão xingados
abertamente).
Esses condenados saem
do topo da fama para debaixo da lama.
NÃO POSSO MAIS VIVER ASSIM AO SEU LADINHO (diz a Blitz)
Topo da fama.
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Debaixo da lama.
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Adriana Ancelmo na cela em Bangu 8.
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Em Paris, de bicicleta, feliz como pinto no lixo.
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Em Gericinó, infeliz no lixo.
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Quase dá para ter pena deles.
Quase.
Daria, se não pensássemos nos milhares ou
milhões que passaram necessidades ou mesmo fome, ou até morreram em razão
desses 10 trilhões (calculados pela turma de Moro) tirados do povo brasileiro.
Tantas dificuldades, tantas mortes.
Como diz a música de Billy Blanco, “maior o
coqueiro maior o tombo do coco afinal” – tantos cocos-orgulhosos tombaram no
Brasil (e muitos mais tombarão).
O
TOMBO DE TANTOS
A Banca do Distinto
Billy Blanco
Não fala com pobre, não dá mão a preto, não
carrega embrulho
Prá que tanta pose doutor? Prá que esse orgulho? A bruxa que é cega, esbarra na gente, a vida estanca O infarto te pega doutor, acaba essa banca A vaidade é assim, põe o tonto no alto, retira a escada Fica por perto esperando sentada Mais cedo ou mais tarde ele acaba no chão Mais alto o coqueiro, maior é o tombo do tonto Afinal, todo mundo é igual, quando o tombo termina Com terra por cima e na horizontal Não fala com pobre, não dá mão a preto, não carrega embrulho Prá que tanta pose doutor? Prá que esse orgulho? A bruxa que é cega, esbarra na gente, a vida estanca Trombose te pega doutor, acaba essa banca A vaidade é assim, põe o tonto no alto retira a escada Fica por perto esperando sentada Cedo ou tarde ele acaba no chão Mais alto o coqueiro maior é o tombo do coco afinal Todo mundo é igual quando o tombo termina Com terra por cima e na horizontal |
Os ratos andam na noite, festejam, fazem
porcaria e finalmente são pegos e aprisionados. Não é à toa que choram e se
desesperam.
Vitória, quarta-feira, 15 de fevereiro de
2017.
GAVA.
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