Os Dois Imperadores
Augusto
No mesmo Conhecer citado, p. 780, diz-se:
“O imperador Augusto
fundou uma fortaleza que deveria preservar para sempre a ‘paz romana’ naquela
longínqua região [na Alemanha]. O ano era 15 antes de Cristo”.
O Augusto de que se
fala é Caius Julius Caesar Octavianus Augustus (Roma 64 a.C., Nola 14 d.C.).
Caio é o clã, Julia a família, César vem de ele ter sido adotado pelo tio-avô,
Júlio César, Otaviano, inicialmente Otávio, é o que seria o nosso prenome
(escreveríamos hoje Otaviano Júlio Caio), Augusto (a partir de 27 a.C.) foi o
nome que ele se deu como conquistador do Egito (cujo nome era Aiguptos,
Augustos), significando “maravilhoso”.
O nome imperator significava propriamente o
comandante supremo do exército, algo assim como marechal, e Augusto de fato
recusou tornar-se rei, porque isso era detestado pela maioria dos romanos,
adeptos da República. Júlio César foi assassinado justamente por ter tentado se
apoderar de Roma como rei – essa lição o sobrinho-neto dele aprendeu. Só depois
que ele morreu é que Tibério, seu sucessor, assumiu o título com o significado
que lhe damos hoje, de imperador, super-rei, rei de reis.
Não falar
corretamente da geo-história pode levar a muitos enganos, inclusive este de
mostrar Augusto em 15 a.C. como imperador. Ele teve de fato algo de muito
semelhante a um reinado, mas nunca aceitou o título de rei, apenas de príncipe, primeiro entre iguais,
considerando-se consequentemente ainda senador.
Vitória,
segunda-feira, 14 de abril de 2003.
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