terça-feira, 14 de fevereiro de 2017


Os Dois Imperadores Augusto

 

                            No mesmo Conhecer citado, p. 780, diz-se:

                            “O imperador Augusto fundou uma fortaleza que deveria preservar para sempre a ‘paz romana’ naquela longínqua região [na Alemanha]. O ano era 15 antes de Cristo”.

                            O Augusto de que se fala é Caius Julius Caesar Octavianus Augustus (Roma 64 a.C., Nola 14 d.C.). Caio é o clã, Julia a família, César vem de ele ter sido adotado pelo tio-avô, Júlio César, Otaviano, inicialmente Otávio, é o que seria o nosso prenome (escreveríamos hoje Otaviano Júlio Caio), Augusto (a partir de 27 a.C.) foi o nome que ele se deu como conquistador do Egito (cujo nome era Aiguptos, Augustos), significando “maravilhoso”.

                            O nome imperator significava propriamente o comandante supremo do exército, algo assim como marechal, e Augusto de fato recusou tornar-se rei, porque isso era detestado pela maioria dos romanos, adeptos da República. Júlio César foi assassinado justamente por ter tentado se apoderar de Roma como rei – essa lição o sobrinho-neto dele aprendeu. Só depois que ele morreu é que Tibério, seu sucessor, assumiu o título com o significado que lhe damos hoje, de imperador, super-rei, rei de reis.

                            Não falar corretamente da geo-história pode levar a muitos enganos, inclusive este de mostrar Augusto em 15 a.C. como imperador. Ele teve de fato algo de muito semelhante a um reinado, mas nunca aceitou o título de rei, apenas de príncipe, primeiro entre iguais, considerando-se consequentemente ainda senador.

                            Vitória, segunda-feira, 14 de abril de 2003.

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