Ônibus Circular
O ônibus aí viria do
ônibus espacial, que o astrônomo brasileiro Ronaldo Rogério de Freitas Mourão
chama em seus textos de “lançadeira espacial”, nome que não “colou”, não
“pegou”. O circular vem da ideia de colocar uma e mais que uma estação espacial
em crescimento circulando por todo o sistema solar.
Qual o propósito de
algo tão custoso assim? E, ao mesmo tempo, o que lucraríamos com isso, colocando
os astronautas e cosmonautas em constante perigo?
Bom, o grande lucro
é sempre enfrentar problemas, de onde advirão as soluções, porque o futuro só
está aberto a quem as proporciona. Quem não sabe resolver problemas vive e
viverá no passado, está e estará morto no futuro. Morremos porque não
encontramos a cura da morte. Desaparecemos como empresas porque não encontramos
a solução para a morte de empreendimentos.
Primeiras soluções
são conseguidas no primeiro mundo, enquanto no quarto mundo só veremos surgidas
ali, espontaneamente, quartas soluções; quando cá, no terceiro e quarto mundo, virmos
as primeiras soluções, elas estarão predando as segundas, as terceiras e as
quartas. As soluções de primeiro mundo dominam todas as demais, se são
primeiras soluções – porque há lá, no primeiro e segundo mundo, também,
soluções obsoletas, arcaicas, subsidiadas pelos governos e pelas empresas,
enfim pelo coletivo de trabalho.
O (s) ônibus (s)
circular (es) espacial (ais) será (ão) posto (s) lá SÓ PARA PROPORCIONAR
DIFICULDADES A VENCER, das soluções das quais virão os mundos futuros. A maior
dos problemas, o de expandir a civilização humana até o espaço, conquistando-o
depois completamente, é a equivalente à maior das soluções, dando-nos milhões
de processos e bilhões de objetos novos, deixando este mundinho que supomos
avançado agora para trás, sem saudosismo.
É só por isso, é só
por tudo.
Vitória,
segunda-feira, 28 de abril de 2003.
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