quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017


Ônibus Circular

 

                            O ônibus aí viria do ônibus espacial, que o astrônomo brasileiro Ronaldo Rogério de Freitas Mourão chama em seus textos de “lançadeira espacial”, nome que não “colou”, não “pegou”. O circular vem da ideia de colocar uma e mais que uma estação espacial em crescimento circulando por todo o sistema solar.

                            Qual o propósito de algo tão custoso assim? E, ao mesmo tempo, o que lucraríamos com isso, colocando os astronautas e cosmonautas em constante perigo?

                            Bom, o grande lucro é sempre enfrentar problemas, de onde advirão as soluções, porque o futuro só está aberto a quem as proporciona. Quem não sabe resolver problemas vive e viverá no passado, está e estará morto no futuro. Morremos porque não encontramos a cura da morte. Desaparecemos como empresas porque não encontramos a solução para a morte de empreendimentos.

                            Primeiras soluções são conseguidas no primeiro mundo, enquanto no quarto mundo só veremos surgidas ali, espontaneamente, quartas soluções; quando cá, no terceiro e quarto mundo, virmos as primeiras soluções, elas estarão predando as segundas, as terceiras e as quartas. As soluções de primeiro mundo dominam todas as demais, se são primeiras soluções – porque há lá, no primeiro e segundo mundo, também, soluções obsoletas, arcaicas, subsidiadas pelos governos e pelas empresas, enfim pelo coletivo de trabalho.

                            O (s) ônibus (s) circular (es) espacial (ais) será (ão) posto (s) lá SÓ PARA PROPORCIONAR DIFICULDADES A VENCER, das soluções das quais virão os mundos futuros. A maior dos problemas, o de expandir a civilização humana até o espaço, conquistando-o depois completamente, é a equivalente à maior das soluções, dando-nos milhões de processos e bilhões de objetos novos, deixando este mundinho que supomos avançado agora para trás, sem saudosismo.

                            É só por isso, é só por tudo.
                            Vitória, segunda-feira, 28 de abril de 2003.

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