quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017


Oito Mil Tipos de Gente

 

                            No livro IV da História da Filosofia Antiga, São Paulo, Loyola, 1994, o autor, Giovanni Reale, diz: “Com efeito, toda tradução, em particular se é feita de modo aprofundado, é, de algum modo, uma reinterpretação, isto é, uma mediação”.

                             Assim, como as línguas e os dialetos somam oito mil na Terra, a Bíblia poderia ser traduzida de oito mil modos distintos, e assim também todo livro, toda poesia, todo discurso, toda manifestação humana. No livro, diz Reale, Filo se julgava divinamente inspirado, e assim também a Septuaginta, a tradução denominada Bíblia dos Setenta, feita em Alexandria, no antigo Egito.

                            Como isso poderia se dar?

                            Antes pensávamos ser impossível, mas depois da Rede Cognata (veja Rede e Grade Signalíticas, Livro 2) ficou claro que é justamente assim, pois há um eixo central (= PI CENTRAL = PI GOVERNADOR, etc.), que roteia ou gira todos os elementos de todas as línguas e dialetos periféricos. Todas elas e todos eles se referem a esse EC exatamente PORQUE as línguas e dialetos nada mais são que versões totalmente entrelaçadas, misturadas, confundidas, da Língua Central.

                            Não pode ser senão assim mesmo.

                            Por mais que as línguas se distanciem do eixo elas nada mais são que o eixo mesmo, mudado localmente, segundo os pessoambientes (mudanças pessoais: por indivíduos, por famílias, por grupos, por empresas; mudanças ambientais: nos municípios/cidades, nos estados, nas nações, no mundo).

                            Deste modo, as traduções SÃO DISTANCIAMENTOS, são re-visões, são re-produções do Produto geral, da Coisa geral, aquela Idéia platônica, o conceito ou centro. Visto o marcador de livros nas várias línguas, cada observador aponta dele uma característica, que é conexa ou cognata em alguma dimensão.

                            Desse modo não apenas as traduções se tornam MUITO MAIS interessantes, porque elas apontam o MODO DE CULTURA ou de língua ou nacional, como também as línguas e a Língua, o conjunto de línguas, traz à tona visões incomparavelmente mais profundas que antes.

                            Vitória, segunda-feira, 05 de maio de 2003.

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