Oito Mil Tipos de
Gente
No livro IV da História da Filosofia Antiga, São
Paulo, Loyola, 1994, o autor, Giovanni Reale, diz: “Com efeito, toda tradução,
em particular se é feita de modo aprofundado, é, de algum modo, uma
reinterpretação, isto é, uma mediação”.
Assim, como as línguas e os dialetos somam
oito mil na Terra, a Bíblia poderia ser traduzida de oito mil modos distintos,
e assim também todo livro, toda poesia, todo discurso, toda manifestação
humana. No livro, diz Reale, Filo se julgava divinamente inspirado, e assim
também a Septuaginta, a tradução denominada Bíblia dos Setenta, feita em
Alexandria, no antigo Egito.
Como isso poderia se
dar?
Antes pensávamos ser
impossível, mas depois da Rede Cognata (veja Rede e Grade Signalíticas, Livro 2) ficou claro que é justamente
assim, pois há um eixo central (= PI CENTRAL = PI GOVERNADOR, etc.), que roteia
ou gira todos os elementos de todas as línguas e dialetos periféricos. Todas elas
e todos eles se referem a esse EC exatamente PORQUE as línguas e dialetos nada
mais são que versões totalmente entrelaçadas, misturadas, confundidas, da
Língua Central.
Não pode ser senão
assim mesmo.
Por mais que as
línguas se distanciem do eixo elas nada mais são que o eixo mesmo, mudado
localmente, segundo os pessoambientes (mudanças pessoais: por indivíduos,
por famílias, por grupos, por empresas; mudanças ambientais: nos
municípios/cidades, nos estados, nas nações, no mundo).
Deste modo, as
traduções SÃO DISTANCIAMENTOS, são re-visões, são re-produções do Produto
geral, da Coisa geral, aquela Idéia platônica, o conceito ou centro. Visto o
marcador de livros nas várias línguas, cada observador aponta dele uma
característica, que é conexa ou cognata em alguma dimensão.
Desse modo não
apenas as traduções se tornam MUITO MAIS interessantes, porque elas apontam o
MODO DE CULTURA ou de língua ou nacional, como também as línguas e a Língua, o
conjunto de línguas, traz à tona visões incomparavelmente mais profundas que
antes.
Vitória,
segunda-feira, 05 de maio de 2003.
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