O Português no Brasil
Antônio Houaiss publicou
O Português no Brasil, 3ª. Edição,
Rio de Janeiro, Revan, 1992, no qual fala do que pensava ser falsa separação
entre a língua portuguesa falada no Brasil e a língua portuguesa falada em
Portugal e antigas províncias, do que discordo amplamente, como já escrevi.
O título ensejou que eu
pensasse no português, o habitante de Portugal, desde o surgimento deste:
“Fernando de Castela toma Coimbra em 1064; seu filho Afonso VI faz de Henrique
de Borgonha conde de Coimbra; o filho de Henrique intitula-se rei Afonso I em
1139 e conquista Lisboa com o auxílio dos cruzados estrangeiros em 1147. A
soberania consolida-se com a expulsão dos mouros em 1249. Em 1385 sobre ao
trono João I, da dinastia Avis”, como nos conta o Almanaque Abril 2002, p. 409.
Contemos de 1139, desde
Afonso I, até 2003 mais de oito séculos, 864 anos (com mais 36 comemoração de
900 anos, nove séculos, em 2039), de existência diversa dos portugueses. Sendo
como sou de descendência italiana e vendo nos portugueses tantas coisas boas e
ruins, tantos acertos e tantos descalabros, estou isento de culpas de autopreferência.
Esse povo saiu por todo mundo, tendo em 1500 apenas dois milhões de habitantes,
agora uns 10 milhões, e de fato conquistou imensas terras, implantando a
civilização de fundo português nas Américas, na África, na Ásia. Foi admirável,
algo a aplaudir mesmo.
Como os portugueses e as
portuguesas se misturaram com os outros povos em Portugal mesmo e nas regiões
ultramarinas? O que desenvolveram, sob a ótica de chegada e construção, de bom
e de ruim? Ora, há aí uma geo-história a ser recuperada. Especialmente do
Brasil, que é o maior e mais importante país da comunidade lusófona.
Vitória, sexta-feira, 04
de abril de 2003.
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