O Campo Rico
Evidentemente é de
muito tempo atrás a existência dos primeiros condomínios rurais, na periferia
das cidades, é coisa antiga dos arquitetos. E no Rio de Janeiro aqueles
condomínios ricos na Barra da Tijuca datam da década dos 1970, de forma que não
haveria novidade.
Mas agoraqui não
seria uma fuga, um refúgio oriundo do remorso dos ricos e médios-altos, nem
encantonamento em fortim diante do perigo, mas opção de vida, pelo prazer
singelo de viver bem, com toda espécie de conforto. Pela primeira vez na
geo-história é possível viver num lugar “recuado”, longe da cidade-matriz sem
estar isolado, sem padecer falta de serviços, porque a informação pode ir por
satélite ou cabo, a comunidade pode bastar-se em vários serviços, se tiver
acima de mil famílias, e se tudo for planejado. TV a cabo ou por satélite,
banda-larga de Internet, computadores e diversão associada a eles, ginásios,
piscinas, todas as coisas podem ser compartilhadas.
E pela primeira vez
CIDADE e CAMPO podem unir-se no mesmo lugar, pode ser feita a fusão
ruralurbana, como novidade absoluta buscando-se o equilíbrio. Não apenas
aqueles condomínios americanos na periferia, com as casas sem grades e cercas,
porém muito mais que isso: prédios altos, florestas, lagos, rios naturais ou construídos,
a NOVA HABITAÇÃO, sem qualquer parentesco com o passado, num espaçotempo
totalmente construído até a última folha de árvore, com pássaros “treinados”,
com caminhos subindo e descendo por quilômetros a fio, com pedalinhos e barcos
a vela, com windsurfe e o que mais for, uma comunidade utópica, idílica mesmo.
Vi isso pela primeira vez num parque de Belo Horizonte, quando fomos lá nos
idos de 1973, pela OPEMA, Operação Mauá, dos militares, 30 anos passados.
O campo não perde
sua liberdade inerente, a cidade não fica amontoada – tudo que a cidade tem de
melhor com tudo que o campo tem de positivo, intramuros, exemplo para o mundo,
primeiro no Brasil. Claro que custará uma fortuna, só para os agraciados, os
que tenham ao mesmo tempo dinheiro e sejam bons de coração.
O sonho tornado
realidade.
A emergência da Vida
Nova.
Vitória,
quarta-feira, 30 de abril de 2003.
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