quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017


O Campo Rico

 

                            Evidentemente é de muito tempo atrás a existência dos primeiros condomínios rurais, na periferia das cidades, é coisa antiga dos arquitetos. E no Rio de Janeiro aqueles condomínios ricos na Barra da Tijuca datam da década dos 1970, de forma que não haveria novidade.

                            Mas agoraqui não seria uma fuga, um refúgio oriundo do remorso dos ricos e médios-altos, nem encantonamento em fortim diante do perigo, mas opção de vida, pelo prazer singelo de viver bem, com toda espécie de conforto. Pela primeira vez na geo-história é possível viver num lugar “recuado”, longe da cidade-matriz sem estar isolado, sem padecer falta de serviços, porque a informação pode ir por satélite ou cabo, a comunidade pode bastar-se em vários serviços, se tiver acima de mil famílias, e se tudo for planejado. TV a cabo ou por satélite, banda-larga de Internet, computadores e diversão associada a eles, ginásios, piscinas, todas as coisas podem ser compartilhadas.

                            E pela primeira vez CIDADE e CAMPO podem unir-se no mesmo lugar, pode ser feita a fusão ruralurbana, como novidade absoluta buscando-se o equilíbrio. Não apenas aqueles condomínios americanos na periferia, com as casas sem grades e cercas, porém muito mais que isso: prédios altos, florestas, lagos, rios naturais ou construídos, a NOVA HABITAÇÃO, sem qualquer parentesco com o passado, num espaçotempo totalmente construído até a última folha de árvore, com pássaros “treinados”, com caminhos subindo e descendo por quilômetros a fio, com pedalinhos e barcos a vela, com windsurfe e o que mais for, uma comunidade utópica, idílica mesmo. Vi isso pela primeira vez num parque de Belo Horizonte, quando fomos lá nos idos de 1973, pela OPEMA, Operação Mauá, dos militares, 30 anos passados.

                            O campo não perde sua liberdade inerente, a cidade não fica amontoada – tudo que a cidade tem de melhor com tudo que o campo tem de positivo, intramuros, exemplo para o mundo, primeiro no Brasil. Claro que custará uma fortuna, só para os agraciados, os que tenham ao mesmo tempo dinheiro e sejam bons de coração.

                            O sonho tornado realidade.

                            A emergência da Vida Nova.

                            Vitória, quarta-feira, 30 de abril de 2003.

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