quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017


O Corte Epistemológico de K

 

                            Lá por volta de 1973 fui a uma palestra em que o palestrante dizia da diminuição do tempo de manifestação dos produtos após o conhecimento fundamental ter aparecido. Lá pelas tantas o professor Klinger, da física da UFES, perguntou quando se daria o corte epistemológico nas chamadas “ciências sociais”, isto é, quando elas se tornariam verdadeiras ciências baseadas não apenas em fatos, mas produzindo equações?

                            Achei muito elegante o termo. Episteme significa conhecimento, no sentido de ciência, daí epistemológico ser “tratado científico”, ou estudo fundamentado nos princípios de ciência. Tendo elaborado o modelo vi o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral, em particular a pontescada tecnocientífica, em especial a pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6) como sendo muito mais vasto do que vinha sendo proposto. Mesmo assim, ainda cabia a pergunta, e no bojo dos estudos a Psicologia (figuras ou psicanálise, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias) geral apareceu como tendo duplo vértice socioeconômico, a Economia estando mais matematizada que a Sociologia, que perde nisso de longe para aquele grupo de disciplinas.

                            Para matematizar a Sociologia sugeri fossem produzidos os cartuchos ou cártulas, os pacotes informacionais isentos de valores que seriam usados como FRASES DE PROGRAMAÇÃO. Então veríamos que flechas emergem de uma caixa preta característica, como qualquer PESSOA (indivíduo, família, grupo, empresa) ou AMBIENTE (município/cidade, estado, nação, mundo), a partir das notícias de jornais e outros aparelhos da mídia. Com a catalogação passaríamos à fase seguinte, de instituir os boxes ou caixas de processos e procedimentos, por suas equações.

                            A questão não é essa, já foi suficientemente posta como tal no modelo, e sim de que, passados 30 anos (1973 a 2003, exatamente) da pergunta de Klinger e nos vendo agoraqui na iminência da possibilidade, se a liberdade prenunciada será, não digo aproveitada, pois a tendência é sempre a do conhecimento, mas usada no terceiro mundo - onde o representante prototípico é sempre o Brasil - COMO INSTRUMENTO DE LIBERTAÇÃO, ou se continuaremos servis retratos da obediência, isto é, se a Academia local terá competência para usar a potência como propulsor para o povelite/nação brasileiro?

                            Vitória, segunda-feira, 28 de abril de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário